Vereador de Angra comenta sobre terminal da Transpetro em Maricá

Na sessão do legislativo angrense, da última quinta-feira, embora na teoria os vereadores tivessem que discutir o requerimento de autoria do vereador Antônio Edineide Cordeiro (PT) pedindo que fosse enviado Ofício ao Executivo Municipal, solicitando informações se existe contrato de convênio com Clínica Central de Nova Iguaçu, na prática, a discussão foi outra. Os parlamentares aproveitaram para discutir na tribuna a entrevista que o Secretário Estadual de Ambiente, Carlos Minc, deu na manhã de quinta-feira a rádio Costazul.
Durante a entrevista, Minc garantiu que o Terminal da Baia de Ilha Grande (Tebig) não será ampliado. “É uma posição de governo não conceder a licença de ampliação do terminal da Transpetro. É um absurdo ampliar o terminal que está há cerca de dois quilômetros da Ilha Grande”, afirmou Minc.
Durante a discussão, o vereador José Antônio Azevedo (PCdoB) foi categórico em afirmar. “Ou faz a ampliação do Tebig, ou faz a ampliação do Tebig. Não tem outra alternativa”, disse o vereador acrescentando que ainda não ouviu do governador Sérgio Cabral que não vai fazer a ampliação do Tebig. “É ilusão nossa achar que a hora que este terminal estiver sendo feito em Maricá, que o daqui vai permanecer. Aquilo que não cresce morre de inanição. Essa luta tem que ser de todos nós. Não podemos nos dividir, sob pena da gente perder a maior arrecadação que nós temos. Quando eu ouvir do governador, eu vou acreditar. Por enquanto, vou ficar na dúvida. Ou isso é uma política do Minc com o Júlio Bueno, e o Sérgio Cabral só está sendo orientado por eles, ou se isso já faz parte do processo político para 2014 e quem vai tomar na cabeça somos nós”, afirmou.
O vereador Jorge Eduardo Mascote (PMDB), defendeu o governador Sérgio Cabral, dizendo que Carlos Minc usou o nome do governador, e se ele fosse o governador, exoneraria o Minc. “Se eu fosse o governador, eu exonerava o Carlos Minc, porque ele usou o nome dele, e usou o nome do secretário de desenvolvimento, Júlio Bueno. Não tem outra alternativa para o Sergio Cabral, a não ser,  ampliar o terminal de Ilha Grande. Esta, não é uma luta só dos vereadores é uma luta da população de Angra dos Reis, caso contrário o município vai falir”, pontuou Mascote.
Apesar do vereador José Maria Justino (PR) fazer parte da base do governo, ele fez uso da tribuna prudentemente, e enfatizou a fala do Minc. “O Minc falou tudo, mas falou em nome do Cabral. Ele disse “já decidimos” ele usou o plural. Com isso ele quis dizer: ‘já decidimos vamos acabar com Angra dos Reis, vamos acabar com os royalties’. O Minc fala pelo Cabral que é do PMDB e fala por ele que é do PT. Se não tivesse satisfazendo a vontade de ambos, o Cabral já havia se manifestado. Se o terminal for para Maricá, Angra dos Reis está acabada. Vamos nos unir. Podemos até perder a ampliação, mas vamos perder sangrando”, afirmou Justino.
O vereador Aguilar Ribeiro (PSD), apesar de ter falado 26 minutos, ao invés de dez, fez um discurso contundente, falando tudo o que pensa sobre a possível construção de um novo terminal em Maricá, e comparando as fraudes denunciadas pelo Fantástico, no último domingo, com relação a licitações, ao esquema que está por de trás para levar o terminal de Angra dos Reis. “O que estão querendo fazer com Angra dos Reis não é diferente do banditismo mostrado recentemente no Fantástico. Qual a diferença do bandido que rouba a licitação pública e que rouba US$ 3 bilhões da Petrobrás para levar o terminal para Maricá? A corrupção que saiu no Fantástico, é tão violenta quanto essa. Estão todos no esquema. Desde a empresa que vai fazer a dragagem até a pessoa que está levando o terminal daqui. É mais um roubo público nacional. Contra bandido o que temos que fazer é se armar, para evitar que Angra dos Reis seja lesada”, desabafou Aguilar.
De acordo com os técnicos da Transpetro, tecnicamente e economicamente Angra dos Reis é o melhor local. O investimento, da ordem de US$ 2 bilhões, considera a elevação do percentual de petróleo exportado pelo país e, se concretizado, elevaria o Terminal em Angra à condição de principal ponto de exportação de petróleo do país. A ampliação do Tebig, no entanto, depende de alguns estudos de impacto ambiental, além de autorização de órgãos ambientais do Estado. Na mesma reunião, os técnicos da empresa admitiram que outras duas cidades - Maricá e Itaguaí, também estariam sendo consideradas como sede para a construção de um novo terminal de petróleo da estatal, com uma diferença importante: em outros locais, o custo mínimo para a construção de um novo terminal seria de US$ 5 bilhões, mais que o dobro do previsto para Angra.

Fonte: A Voz da Cidade

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