Professor Saraiva diz que vai priorizar os mais pobres

Gabriel Sabóia / O São Gonçalo - Se apresentando como uma candidatura alternativa a de políticos tradicionais em Maricá, Professor Saraiva (PSOL) pretende aproveitar a imagem desgastada dos últimos governos na cidade para se eleger. “Estamos na política para quebrar paradigmas. Temos a imagem de governos desgastados para apresentar novas propostas”, disse.

Professor Saraiva afirma, ainda, que quer aproveitar o Complexo Petroquímico do Rio (Comperj) para apresentar projetos diferentes para Maricá. “Temos que canalizar investimentos com foco na população mais carente da cidade. Hoje essa parcela não é prioridade em nada”, criticou.

Professor Saraiva
Foto: Luiz Nicolela
O SÃO GONÇALO -O que motivou sua candidatura à Prefeitura de Maricá?
Professor Saraiva - O PSOL tem uma política nacional diferente das candidaturas do cenário convencional. Em Maricá o quadro não é diferente. Aqui não temos PSTU e PCB, que poderiam ser parceiros. Então optamos pela candidatura própria, sendo o meu nome um consenso dentro da legenda para disputar esta eleição. Estamos na política para quebrar paradigmas. Nossa proposta é ampliar o diálogo com a sociedade, trabalhar na prefeitura com o orçamento aberto e realizar muitos projetos sociais.

OSG - Como o senhor analisa o processo eleitoral e as candidaturas do PSOL à Câmara?
Professor Saraiva -Lançamos 15 nomes para disputar o legislativo e apostamos muito no nome do nosso partido. Pediremos muito pela legenda para elegermos, pelo menos, dois vereadores. Meu vice é Patinho das Máquinas, uma liderança do partido. No quadro geral, vemos uma rejeição de 40% do atual gestor e toda sua base aliada. Esse desgaste é a nossa oportunidade. Estamos indo na onda da legenda, que é a melhor avaliada na luta contra a corrupção, que derrubou o (ex) senador Demóstenes Torres (sem partido).

OSG - O Comperj é uma preocupação para todos os municípios que compõem a Região Leste Fluminense. Como o senhor projeta Maricá com a chegada da nova refinaria?
Professor Saraiva -O Comperj por si só impacta toda a região, e Maricá mais ainda. Nossa cidade vem recebendo e vai receber ainda mais gente para viver, que optarão pela cidade porque temos diversidades naturais e geográficas que atraem. Minha proposta é dar infraestrutura para a população. Porque ela precisa receber melhor tratamento dos dejetos, maior impacto nas obras estruturantes do município e projetos diversos.

OSG - Que projetos o senhor tem para o município, caso seja eleito em outubro?
Professor Saraiva -No saneamento básico, temos a ideia de captar o esgoto, que hoje é despejado nas lagoas, mas que pode ser usado para geração de energia na cidade. Maricá hoje sofre com a falta de energia e nem precisa ser verão para isso. Quero conversar com a Ampla e implantar o projeto de um amigo da Uerj para resolver o problema. Na área da saúde, queremos fazer do hospital municipal uma referência. O município tem dinheiro e pode fazer isso. Os postos de saúde também precisam funcionar, com gente para atender. Minha ideia é que os postos tenham atendimento 24 horas. Mas nesse primeiro momento, podemos fazer o posto funcionar, pelo menos, até as 22h. Hoje, quem trabalha durante todo o dia fica sem atendimento, com o horário atual de funcionamento. O posto funcionando até mais tarde também desafoga o hospital. Queremos também implantar uma política educacional de saúde preventiva da saúde nas escolas. O servidor precisa ser respeitado, com um plano de cargos e salários de verdade. Sabemos que os recursos de Maricá, pela extensão que a cidade tem, são poucos. Mas em vista do que é investido, parece menos ainda. Temos que tirar os projetos do papel.

OSG - Onde o município precisa concentrar investimentos na opinião do senhor?
Professor Saraiva - Em primeiro lugar, temos que canalizar investimentos priorizando a população que paga os impostos em dia, dando atenção para a população mais carente da região. Hoje essa parcela não é prioridade em nada. Temos projetos de formação de cooperativas. Nossa prioridade é a educação. Nasci no interior do Piauí, meu patrimônio de vida é a educação. Onde está o ensino técnico? A população não tem preparo nenhum. A falta de água é um problema também, assim como o asfaltamento. Só fizeram obras nas ruas principais. Hoje vejo que a cidade precisa passar por intervenções também nas vias secundárias para atender a população como um todo.

OSG - O que o credencia para ser o prefeito e o que pretende mostrar até a eleição?
Professor Saraiva - Temos 50 pontos em propostas. Estamos apresentando esse documento nas ruas e fazendo muitos debates, comícios domiciliares, pois achamos que estes têm mais efeito do que os comícios tradicionais que atravancam o trânsito e têm pouco efeito na hora da população escolher. Uma pena não haver debate em Maricá, pois é o melhor caminhopara apresentar propostas, e a população ver o que é melhor para a cidade e o que cada candidato tem a dizer.

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