Os soldados do Quaquá

História - (...) Os dias em Maricá estavam cada vez mais conturbados naquela época faltando poucas semanas para as eleições. Grupos extremistas se organizavam nas redes sociais, camufladamente, sob falsas identidades, com a intenção de intimidar aqueles que se opunham a eles na infame e famigerada escalada ao poder. 
       Seguindo a velha tática de guerra da escola petista, esses grupos, ociosos dentro das inúmeras secretarias e subsecretarias criadas pela cúpula petista através de seu marionete Quaquá, cresciam assustadoramente na intenção de reelegê-lo a fim de que ambos pudessem dar continuidade à festa. Afinal, na próxima gestão, por mês, só de arrecadação com os 'royalties' do petróleo seriam R$ 25 milhões.
       Assim, perante este cenário escabroso, esses apedeutas lombrosianos comissionados, temendo o fim de suas vidas mansas, organizaram-se em grupos perigosos e partiram para o ataque à oposição. A estratégia ora montada inicialmente para atuar em duas frentes possuía um único objetivo: a reeleição de Quaquá.
       Na rede social Facebook e nas ruas, basicamente, dois grupos distintos foram criados para dar cabo a essa obra. Um deles, denominado 'Estamos Soldados", nasceu, sorrateiramente, na internet, atuando principalmente na rede social, cujo foco do ataque era desmoralizar pessoas de outros grupos oposicionistas ao então prefeito, bem como veículos da imprensa local, inegociáveis, implacáveis e destemidos nas denúncias de corrupção do então 'desgoverno'. O outro, intitulado "Juventude PT", criou a temida facção "Os Capetas do Quaquá", nascida em suas andanças perambulantes pelas ruas, geralmente à noite, entoando uma espécie de grito de guerra: "quem mandou chamar os capetas do Quaquá!"
       Por um surpreendente castigo do destino, numa tarde ensolarada de setembro, um de seus principais líderes, um garoto de 22 anos, foi flagrado vendendo cocaína a poucos metros do diretório do partido dos trabalhadores. Porém, esse grupo dos "capetas", formado em sua maioria por jovens inconsequentes, ao contrário dos "soldados", não era violento. Sua missão era, meramente, engrossar contingente nas manifestações públicas, ora nos comícios, ora nas caminhadas, ora em outras badernas de campanha. Nas ocasiões as quais eles não atuavam nessas manifestações, eram obrigados a labutar nas beiradas das calçadas, desfraldando as suas bandeiras em troca de uns trocados e de uma 'quentinha'(*). Triste retrato da degradação humana, cenário similar ao acontecido naquela manhã em que o governador veio à cidade para o lançamento do programa 'renda melhor' (vide pág.112). Todavia, os "soldados", estes sim, eram altamente nocivos e ameaçadores à integridade física e moral dos indivíduos que se punham em seus caminhos. (...)

Parte do capítulo extraído do livro a ser lançado por Marcelo Bessa sobre a história contemporânea de Maricá na Era Quaquá...em breve! Aguardem!

Comentários

  1. Marcelo,

    Como arrepia a pele e engrandece a alma, poder ler e ver despontar de forma tão determinante e sábia o posicionamento de alguem com real conhecimento político e cidadania e senso crítico.

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