UPA de Maricá é exemplo de incompetência e descaso com a população

A saúde em Maricá continua agonizando no CTI. O atendimento no Hospital Municipal Conde Modesto Leal, no Centro, continua deficiente, precário. Faltam medicamentos e material básico. Na UPA de Inoã instalou-se o caos e cenas lamentáveis foram registradas na manhã de domingo, Dia das Mães. Lá, o doente tinha que esperar até quatro horas para ser atendido. Um médico trabalhava da forma medieval, não tinha sequer um estetoscópio. As atendentes dos setores de acolhimento e registro olhavam para os doentes com descaso e mentiam o tempo todo afirmando que os três médicos da clínica geral estavam trabalhando. O único setor que funcionava com eficiência era o da pediatria. Para agravar ainda mais a situação, o piso está afundando em vários pontos.

Descaso

Na UPA de Inoã o doente chega é atendido no acolhimento onde é tirada a pressão, a temperatura e identificado o paciente. Em seguida, vai para o setor de registro onde é feita uma ficha mais completa do paciente que é encaminhado para o setor de classificação de risco. Lá, é avaliado e depois volta para aguardar na recepção o atendimento médico. No plantão de domingo, Dia das Mães, a espera era em torno de quatro a cinco horas.

As crianças eram prontamente atendidas. Dois pediatras não paravam sequer um minuto. O mesmo não se podia dizer da clínica geral que tinha no plantão três médicos, mas que verdadeiramente apenas um trabalhava. Os outros dois faziam pouco caso dos pacientes, muitos deles se contorcendo de dores e deitando em cadeiras do salão de recepção, que tinha o piso em alguns trechos interditados com cavaletes amarelinhos alertando “cuidado, piso molhado”. Mentira, o piso estava afundando.

Atendimento

O único clínico geral que justificou a sua presença no plantão da UPA de Inoã foi o cirurgião Fernando F. de Oliveira Filho, que na parte da manhã atendeu mais de 50 pacientes. Como não tinha estetoscópio, o cirurgião deslocado para a clínica geral, examinava os pulmões colocando o ouvido nas costas dos pacientes.

Quem precisava fazer nebulização tinha que ter paciência. As máscaras do equipamento estavam rachadas. Quanto ao raio X, não funcionou porque não tinha nenhum radiologista trabalhando.

Apesar do Estado não repassar a verba da UPA há alguns meses, o prefeito Washington Quaquá em seus pronunciamentos através do facebook, diz que a prefeitura mantem em dia os recursos da empresa terceirizada. Falta fiscalização nesta unidade médica que presta um péssimo serviço à população. Pacientes e familiares não tem direito a reclamar, são chamados a atenção e ameaçados por “leões de chácara”.

Reportagem e fotos Gilson Barcellos (Jornal Diário do Leste)



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