Porto do Pré-Sal preocupa moradores e ambientalistas


Marcelo Bessa / redação - O Terminal Ponta Negra (TPN), na Praia de Jaconé, em Maricá, está a cada dia mais perto da realidade. Chamado de Porto do Pré-Sal e avaliado em R$5,4 bilhões, poderá tornar-se uma âncora do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj). O projeto, defendido por interesses corporativos, hasteia a bandeira do desenvolvimento tendo como seu discurso principal a criação de 12 mil empregos.

A iniciativa, porém, preocupa ambientalistas e moradores que temem impactos na faixa de área marinha, onde serão despejados todos os efluentes químicos provenientes do Comperj, rica em biodiversidade e rota de passagem de golfinhos e de baleias. Ainda segundo ambientalistas, o material a ser descartado no mar - mesmo tratado - compõe-se de substâncias altamente poluentes e cancerígenas (como graxas, óleos, fenóis, sulfetos, cianetos, etc.), de difícil dispersão e efeitos cumulativos nocivos aos ecossistemas atingidos e seus seres vivos. Conforme declaração de Leandra Gonçalves, coordenadora de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, o projeto precisa ser repensado pois a região é de suma importância para a sobrevivência de quatro espécies diferentes de baleias: jubarte, orca, franca e bryde, da qual se conhece muito pouco. Ainda assim, a área onde ocorrerá o descarte, segundo o EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto ao Meio Ambiente) do empreendimento, está localizada a apenas 2 km da Praia de Itaipuaçu e a 4 km das Ilhas Maricás, área de inestimável importância no que se refere ao turismo e à economia local, e à ecologia marinha. Ainda conforme o relatório, a mancha de dispersão de efluentes liberada pelo emissário, atingirá, diretamente, a área marinha pertencente ao Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset) e à APA (Área de Proteção Ambiental) de Maricá, colocando em risco os sistemas hidrográfico e lagunar, num flagrante desrespeito às leis que regem e garantem a preservação de unidades de conservação, como o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza). Na área urbana, por onde passará a parte terrestre do emissário, correrá o risco de vazamentos que são comuns a este tipo de obra de engenharia. Nesta hipótese, seriam contaminados o solo, nascentes, rios, áreas úmidas, o lençol freático (aquíferos, poços) e o próprio ar (através de gases e odores provenientes das substâncias transportadas), prejudicando assim a saúde das pessoas que ali vivem.

Para burlar as críticas, os empreendedores prometem a utilização de novas tecnologias contra possíveis vazamentos de óleo. Todavia, a maioria de moradores que escolheram Itaipuaçu para morar devido à tranquilidade e o ar puro não está nenhum pouco satisfeita.


Comentários

  1. Vai ser o fim da nossa praia! Fora Quaquá e Petrobras já!!!

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