Policiais planejavam matar juiz da comarca de Maricá

Cinco pessoas foram presas na manhã da última sexta-feira durante operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Entre os presos estavam dois policiais militares. A ação aconteceu em parceria com a Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) e tinha como objetivo cumprir 26 mandados de prisão contra uma quadrilha acusada de tráfico de drogas.

O juiz Raphael Rezende de Chagas, alvo da quadrilha
(Foto: Agência Brasil)
De acordo com o promotor de Justiça do Gaeco, Alexander Araújo de Souza, as investigações começaram há cerca de um ano após a DHNISG prender o policial militar Domingos Pereira da Silva, lotado no 12º BPM (Niterói), e o ex-PM Jéferson da Silva de Paula, que trabalhava no 31º BPM (Barra da Tijuca), suspeitos de terem participado de um homicídio em Maricá e do tráfico de drogas no município. Durante o trabalho a polícia descobriu uma carta que continha um plano para executar o então titular da DHNISG, Wellington Vieira, e o juiz Raphael Rezende das Chagas, que na época fazia parte da comarca de Maricá.

Segundo o titular da DHNISG, Fábio Barucke, a quadrilha era chefiada por Anderson Abrahão, conhecido como Velho Urso, morto em março de 2014. Ainda de acordo com o delegado, desde então o grupo é liderado pelo irmão do criminoso, Adriano Moreira Abrahão, mais conhecido como Ninho, que comanda células criminosas nas cidades de Itaboraí, São Gonçalo e Niterói.

Os dois PMs presos foram identificados como soldado Thiago da Silva Mota, da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Alemão, e sargento Michel Spineli, do 12º BPM (Niterói). Com Thiago foi encontrada uma arma com numeração raspada. Ele foi preso em São Gonçalo, enquanto Michel foi pego em Mesquita, no Rio de Janeiro.

“Eles tinham participação no tráfico transportando drogas e armas. Eles faziam ainda escolta e a segurança do líder Ninho”, falou Barucke. Além dos policiais foram presos ainda Victor Maurício Pedrosa Onofre, conhecido como Acerola ou Vitinho, Renan Pereira da Costa e Cosme Luiz de Sousa Figueira, o Neném. Eles também são acusados de integrarem a quadrilha.

Aproximadamente 80 policiais estiveram envolvidos na operação. Sete denunciados já haviam sido presos. Até o fim da tarde de sexta-feira, cerca de 15 pessoas permaneciam foragidas da justiça.

“Essa ação desarticula a quadrilha e inibe atos que porventura, iriam praticar. O tráfico de drogas é o grande alvo de nossas ações, pois cerca de 85% dos homicídios ocorrem devido a ele”, conclui Fábio Barucke.

Foram apreendidas ainda uma pistola calibre 380, pequena quantidade de maconha e material para endolação de drogas.

Fonte: A Tribuna





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