Por Marcelo Bessa - Marcos Valério, condenado e preso em regime fechado, no processo do Mensalão, disse, certa vez, na CPI dos Correios: “O dinheiro do mensalão não é nada. O grosso do dinheiro vem do contrabando do nióbio. O ministro José Dirceu estava negociando com bancos uma mina de nióbio na Amazônia”.
O nióbio (Nb) é um metal raro, de extrema importância estratégica e econômica. Não somente na indústria aeroespacial, é utilizado, principalmente, em equipamentos e produtos que necessitam de muita resistência a altas temperaturas. Sem ele, foguetes, satélites, mísseis e turbinas não existiriam.
O nióbio (Nb) é um metal raro, de extrema importância estratégica e econômica. Não somente na indústria aeroespacial, é utilizado, principalmente, em equipamentos e produtos que necessitam de muita resistência a altas temperaturas. Sem ele, foguetes, satélites, mísseis e turbinas não existiriam.
Cerca de 98% da produção mundial do nióbio é do Brasil. O Canadá, outro país privilegiado, detém apenas 2% dessa produção, todavia 100% de todo o nióbio comercializado no mundo é importado do Brasil, sendo que sua exportação oficial é de apenas 40% enquanto que os outros 60% são exportados extraoficialmente e a preço com valor subfaturado. Europa, Japão e EUA são totalmente dependentes da produção do nióbio brasileiro e a Inglaterra é quem dita o preço desse precioso metal no mercado mundial, considerado bem mais valioso do que o próprio ouro.
Com apenas seus míseros 2% de toda reserva mundial de nióbio, o Canadá reverte para a sua população diversos benefícios, como por exemplo a não cobrança de vários impostos, entre os quais os de sobre produtos industrializados (IPI) e de operações financeiras (IOF).
Com apenas seus míseros 2% de toda reserva mundial de nióbio, o Canadá reverte para a sua população diversos benefícios, como por exemplo a não cobrança de vários impostos, entre os quais os de sobre produtos industrializados (IPI) e de operações financeiras (IOF).
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As maiores jazidas de nióbio no Brasil estão localizadas nos estados do Amazonas, na cidade de São Gabriel da Cachoeira, em Roraima, na área indígena Raposa Serra do Sol e em Minas Gerais, em Araxá.
A reserva do Morro dos Seis Lagos, em São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas, é conhecida desde os anos 80, mas o governo federal nunca a explorou oficialmente, deixando, assim, o contrabando fluir livremente, num suposto acordo entre o governo brasileiro e os países consumidores do metal, oficializando o roubo de suas divisas.
Na reserva indígena Raposa Serra do Sol, a área vem sendo demarcada livremente sem a presença do povo brasileiro não índio, para a total liberdade de exploração de ONGs internacionais e mineradoras estrangeiras. Há também, fortes indícios do envolvimento da própria FUNAI no contrabando do nióbio, usando índios para o envio do minério à Guiana Inglesa e de lá para os EUA, Europa e Ásia.
Na jazida de Araxá, no Estado de Minas Gerais, o Nióbio é explorado com exclusividade pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), de propriedade da família Moreira Salles, que fundou o Unibanco e que tem subsidiárias na Europa (CBMM Europe BV-Amsterdam), Ásia (CBMM Asia Pte - Cingapura) e na América do Norte (Reference Metals Company Inc.-Pittsburgh), de onde são comercializados os minerais que vão para o exterior. O governo de Minas Gerais, que detém a concessão federal para explorar a jazida, arrendou-a à CBMM sem nenhum critério.
A reserva do Morro dos Seis Lagos, em São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas, é conhecida desde os anos 80, mas o governo federal nunca a explorou oficialmente, deixando, assim, o contrabando fluir livremente, num suposto acordo entre o governo brasileiro e os países consumidores do metal, oficializando o roubo de suas divisas.
Na reserva indígena Raposa Serra do Sol, a área vem sendo demarcada livremente sem a presença do povo brasileiro não índio, para a total liberdade de exploração de ONGs internacionais e mineradoras estrangeiras. Há também, fortes indícios do envolvimento da própria FUNAI no contrabando do nióbio, usando índios para o envio do minério à Guiana Inglesa e de lá para os EUA, Europa e Ásia.
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Reserva de nióbio em Araxá - MG |
Em 1972, o Estado constituiu a Companhia Mineradora de Piroclaro de Araxá (Comipa) para gerir e explorar o nióbio na região. Como, na época, ela não possuía 'know-how', arrendou cerca de 49% da produção do nióbio para a CBMM, sem licitação. Hoje, após investigação e análises da papelada, o Ministério Público quer acabar com tal farra e obrigar o governo mineiro a abrir licitação para a exploração deste que é o maior complexo minero-industrial de nióbio do mundo.
Segundo um artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, em 5 de novembro de 2003, "Lula passou o final de semana em Araxá em residência da CBMM, do Grupo Moreira Salles e da multinacional Molycorp…" E, complementa que "uma ONG financiou projetos do Instituto Cidadania, presidido por Lula, inclusive o 'Fome Zero', que integrou o programa de governo do petista eleito".
Já dizia o falecido Eneas.
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