Maricaos... Aqui, Billy the Kid seria otário!

 Artigo de Adilson Pereira
O reino de Maricaos consegue romper as barreiras fronteiriças do banditismo hollywoodiano. O palco é a Região dos Lagos. Alguns munícipes maricaenses se divertiam num final de semana em família quando se depararam com alguns personagens bem conhecidos do povo enfurecido.
Fontes afirmam que algumas figurinhas marcadas da política maricaense se faziam frequentes no local, o que levou a acreditar na existência de alguma falcatrua. A partir daí, bastou ficar atento aos movimentos e aos atores do “faroeste caboclo maricaense”.
            O local é Arraial do Cabo, na localidade conhecida como “Prainha”. Após a descoberta da localidade, faltava a alcova. O point era a pousada Beach Realce Club, situada na Av. Beira Mar, nº 7, Recanto da Prainha. Um belo chamariz aos desastrosos pastelões governamentais.
            Restava um único detalhe: Quem seria o anfitrião? Um tempo foi gasto para bolar a estratégia correta, conseguir as informações pertinentes, sem deixar que os festeiros percebessem que estavam sendo atentamente observados. Bastou conseguir um cartão da pousada em questão e ligar para (22) 2622-2633. Uma voz feminina atende, uma comunicação é estabelecida, a outra ponta da linha, louca para ganhar um dinheirinho com mais uma hospedagem, fornece as informações pretendidas. Daí, a reserva é feita. Já de posse de alguns dados, a tentativa agora é conseguir nomes. Após muito blá blá blá, os fatos se estabelecem. Mas, fica uma dúvida: A pousada tem três proprietários. Qual deles teria envolvimento com o desgoverno? Nada que um breve passeio pelas páginas do jornal oficial não resolvessem. Santo JOM!!!
            Na viagem de volta, a cabeça vem fervilhando com as novidades. Uma pausa para reorganizar as ideias e colocar as informações em ordem, pois são muitas. Faltava agora uma visita à página virtual da desprefeitura. Em pesquisa não muito longa, chegamos ao JOM nº 193, que nos mostra em sua página 11:  
PORTARIA Nº 0580/2010.
O PREFEITO MUNICIPAL DE MARICÁ no uso de suas atribuições legais, nos termos do artigo nº 127, IX da Lei Orgânica do Município de Maricá e com base na Lei Complementar nº 182/09,
R E S O L V E:
Nomear ELIANA SOARES RODRIGUES - Cargo em Comissão, Símbolo CC-3, de Assistente Executivo da Subsecretaria de Participação Popular, vinculada a Secretaria de Assistência Social e Participação Popular, a partir de 03.03.2010.
Publique-se! PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ, RJ, 15 DE MARÇO DE 2010.
WASHINGTON LUIZ CARDOSO SIQUEIRA (QUAQUÁ) – PREFEITO
            Pronto! Aparentemente, tudo resolvido. A surpresa ficaria por conta de saber que a dona de uma pousada em Arraial do Cabo, com capital social (avaliado por um corretor amigo) próximo de R$ 300 mil, recebe salário de aproximadamente R$ 650 na prefeitura de Maricá. Logicamente, a curiosidade aumentou. Ao conversar com aspones descontentes (e olha que não são poucos), chegou a informação de que a empresária/comissionada só aparece uma vez ou outra para assinar o ponto. Os descontentes, revoltados, mesmo sem saber do empreendimento em Arraial, informaram que a empresária/comissionada curte a boquinha descansando em sua residência em Guaratiba e, pasmem... Ainda receberia algumas benesses governamentais, como o “Bolsa Família”. Aí é que a curiosidade foi na estratosfera. Com o endereço em mãos, vem a descoberta: a casa em Guaratiba está alugada por R$ 500. Sendo assim, por onde anda a empresária/comissionada? Um novo telefonema para a pousada parecia dar fim à curiosidade que já se fazia agonia. Nossa personagem reside na pousada, na melhor suíte, com o marido. Marido? Seria mais um personagem neste nada imaginário mundo sem lei? Prezados, foi agora que ficamos diante do verdadeiro “faroeste caboclo”.
            Checar o maridão, Wilde Alberto Martins, foi a tarefa mais fácil e, ao mesmo tempo, a mais surpreendente de todas. Aos desavisados, vale salientar que o indivíduo atende pela alcunha de “Borracha”, figurinha fácil na câmara de vereadores, um gabinete em especial. Muitos afirmam que há tempos não sabem de seu paradeiro. De repente, “Borracha” sumiu na fumaça. Agora a curiosidade ficou alucinante, mas com sinal de alerta aceso. Afinal, o sumiço de “Borracha Ninja” começa a cheirar mal.
            As surpresas parecem não ter fim. Chega uma informação impressionante. Uma fonte afirma saber o porquê do sumiço de “Borracha”. O problema estaria num amontoado de cartas precatórias (documento pelo qual um órgão judicial demanda a outro a prática de um ato processual) expedidas a Maricá, sem retorno da informação pretendida. Daí, duas perguntas se fazem obrigatórias:
            1- Por que as precatórias eram enviadas?  O tal “Borracha” é mais sujo que pau de galinheiro. Coleciona uma extensa lista do código penal em sua estranha vida de “amigo do rei”.
            2- Por que as precatórias voltavam sem a resposta adequada? Simples... Todas eram endereçadas ao imóvel em Guaratiba, já alugado a terceiros. Ou seja, não há como encontrar “Borracha” no local.
            Atenção ao invejável currículo do cidadão:
·         Art. 121 – Homicídio tentado;
·         Art. 129 - Tentativa de homicídio;
·         Art. 331 – Desacato à autoridade;
·         Art. 147 - Ameaça (5 BO’s em Arraial);
·         Art. 171 - Estelionato;
·         Art. 180 – Receptação.
            Não fiquem tão espantados. Tudo seria uma grande surpresa, não fossem as atrocidades cometidas aos cofres públicos nos últimos dois anos e meio. Para completar a lista, existem também evidências de “suspeita de participação em grupos de extermínio” e “lesões corporais a uma menor” em Maricá.
            As más línguas, como de costume, afirmam que o local teria servido até como “SPA de dor de cotovelo”. Uma das figurinhas políticas teria se instalado na pousada após um flagrante, em seu próprio carro, e consequente decepção amorosa. Será? Afirmam ainda que, após um mergulho, o mesmo teria perdido sua aliança no mar e questionado a amigos: “Ih! Iemanjá levou. Será mau presságio?”. Tal episódio, sendo verdade, seria trágico, cômico ou ambos?    
            A face criminosa da colonização norte-americana continua a fascinar, não só a casta cinematográfica “hollywoodiana”, como também ao “faroeste banzé mensaleiro” instalado em Maricá. Billy the Kid, que não chegaria aos pés dos mais otários da “quaquadrilha”, perderia fácil para os intestinos “delgados” entupidos de restos fecais de natureza própria. Jesse James viraria piada diante dos “serenos” em fuga da Polícia Federal. As “bandidas dos salloons” seriam simples marionetes das “madames” e das “loiraças belzebu iguaçuanas”. Por fim, os coitados dos “irmãos Dalton”. Mesmo sendo a família criminosa mais procurada do velho oeste, certamente seriam desmoralizados perante a “pataria esquizofrênica” e a “rataria alucinada”.
            Não! Hollywood não é aqui, mas o cangaço sim. Estamos diante da reencarnação de Lampião e Maria Bonita. Nossa torcida é para que esta história de amor bandido se repita. Mas que o fim, em sua essência, seja o mesmo. Bang!!!


Comentários