Ricardo Queiroz e a máscara do PMDB maricaense – 6ª parte

Artigo de Adilson Pereira
Há algum tempo tento montar o quebra-cabeça elaborado pela coligação nacional PT x PMDB, enrustida em Maricá. A esperança da vinda dos caciques peemedebistas em evento no colégio Iara Queiroz parecia ser o pontapé inicial do jogo político peemedebista. Mas, ao saber que o único que veio foi o deputado Paulo Melo, e mesmo assim após muita insistência do também deputado Rafael Picciani, fiquei mais confuso ainda.
Acredito que as lideranças estaduais não tenham vindo por terem problemas de verdade a serem resolvidos, como: oficiais da PM assassinando juízes; bombeiros incendiados; professores esfomeados; saúde doente; tráfico dominando UPPs e mandando parar obras na linha vermelha; máfia das vans mandando e desmandando na zona oeste (vide Fantástico); secretários bêbados atropelando, matando e fugindo; bondes sem freio de Santa Tereza sem solução; secretário de transportes processado por policiais civis; e, após assistirmos o chororô do Governador, fomos massacrados na causa dos royalties no Senado... Tudo isso após Cabral dar o mandato de Jorge Picciani de presente a Lindberg.
A cada dia ficam mais claras as semelhanças entre os últimos 11 anos de desgoverno, somando Ricardo Queiroz e Quaquá. A disputa de quem tem mais processos contra si entre o ex e o atual alcaide nos mostra gêmeos univitelinos só agora descobertos pela ciência. O primeiro saiu do governo com quase 80% de rejeição; o segundo já alcançou esta marca há muito tempo. Semelhança ou mera coincidência? Só falta aparecer alguém com o “666” cravado no couro cabeludo para termos a certeza de que o mal se instalou de vez em nossa cidade.
As semelhanças continuam na sequência de obras (?) realizadas. O último “asfalso” do desgoverno Ricardo foi na Rua Abreu Rangel, que entra pela Maminha de Ouro até o hospital “Conde D’ói”. O número de remendos é impressionante, ditando as regras do padrão de qualidade do desprefeito engenheiro. Na sequência, o primeiro “asfalso” do atual desgoverno foi na Rua Ari Spindola, a rua do cemitério, com direito à inauguração e desvereadores e aspones pendurados na rebarba para sair na foto. O número de remendos também é assustador, ditando as regras do padrão de qualidade do desprefeito educador, que até hoje não aprendeu a fechar um diário escolar. Semelhança ou mera coincidência?
Em entrevista ao site Lei Seca de Maricá, Ricardo reclama da saúde pública municipal, numa hipocrisia de dar dó. Vejamos o que diz o Relatório de Fiscalização nº 01172, de abril de 2008, da Controladoria Geral da União/CGU, sobre a gestão da saúde pública sob comando de Ricardo. Um dos itens fala sobre a compra de equipamentos médico-hospitalares bem acima do valor de mercado:
Durante a análise dos Processos n.º 09/2007 e 11/2007, detectamos que o contrato original está assinado, porém não se encontra datado. Tal fato é especialmente relevante, uma vez que existem cláusulas no contrato que estão atreladas ao estabelecimento dessa data, como por exemplo, a cláusula terceira, que estabelece que o contrato seja executado "no prazo de 12 (doze) meses contados da data de firmamento do presente ajuste".
Um contrato com prazo de execução de doze meses é assinado, mas não é datado. Preservar-me-ei de comentários à tamanha desfaçatez para com os cofres públicos. Esta fracassada tentativa de passar um “migué” na auditoria, nos leva de encontro à certeza de impunidade num dos atos mais bisonhos já trazidos à tona. Se esta é a “experiência administrativa” propagada, poupe-nos dela. Mas, ao observar o texto abaixo, nota-se claramente que “a casa está caindo”:   
Com relação aos Processos n.º 02/2006 e 03/2006, cabe informar que a empresa vencedora vem sendo investigada por fraude de licitações, juntamente com as empresas "JMR&A - Diagnóstica Científica e Hospitalar Ltda.” E "J. América Locações e Serviços...".
Na tabela a seguir fica evidente que, no que tange aos itens pesquisados, houve um "prejuízo estimado" de cerca de R$ 78.226,00 (setenta e oito mil, duzentos e vinte e seis reais) para os cofres públicos, havendo itens para os quais o sobrepreço chegou a 75%:

Evidência:
- processos licitatórios n.º 02/2006, 03/2006, 19/2006, 09/2007, 11/2007 e 21/2007;
- inquérito policial n.º 082-00823/2008;
- pesquisa de preços: empresa cirúrgica Express (www.cirurgicaexpress.com.br).
Análise: Em relação ao indício de superfaturamento, não acatamos a justificativa do gestor.
Constatação: Superfaturamento nas aquisições de equipamentos médico-hospitalares, relativos ao Convênio n.º 4682/2005 (SIAFI 547742).
Um engenheiro civil que se preza deveria saber que “um acidente não ocorre ao acaso, somente após uma sequência de erros”. Tal afirmação da área de engenharia de segurança, somada à constatação da CGU, mostra que o caos na saúde pública vem de longe. Desgovernos gêmeos no que de melhor sabem fazer, desrespeitar o cidadão! Seria interessante que secretários de saúde dos dois desgovernos saíssem da escuridão e dessem satisfações públicas sobre o porquê de toda esta bagunça que nos assola. Semelhança ou mera coincidência entre “Volta que eu Voto” e “Aqui o Povo Governa”?
O abandono de Itaipuaçu ocasionado pelo desgoverno Quaquá é fato. Mas, não muito tempo atrás, presenciamos o também desprefeito Ricardo Queiroz, que acabara de ser reeleito, afirmar publicamente que “nada mais faria por Itaipuaçu, apenas deixaria a coleta de lixo”. Semelhança ou mera coincidência? Qualquer que seja a resposta, fica difícil entender o posicionamento de determinados indivíduos, residentes e com negócios na localidade, dando apoio àqueles que deveriam ter tido, por decreto, a proibição de sua entrada no distrito. Itaipuaçu não merece tamanho desrespeito vindo de sua própria gente.    
Na tentativa de entendimento, tive uma excelente conversa com o vereador Robson Dutra/PMDB, e questionei sobre qual seria seu posicionamento numa provável votação na câmara. Frente a testemunhas, Robson sentenciou que votaria a favor do atual desprefeito. Enquanto isso, Jorge Castor, também do PMDB, continua secretário do atual desgoverno e Luis Carlos “Carinha” Bittencourt segue à frente do ISSM. Por outro lado, o presidente municipal do PMDB e pré-candidato à prefeitura (?), Ricardo Queiroz, enche a boca para dizer que o partido é oposição. Observando os fatos, só podemos chegar a uma conclusão: Ricardo, que acha que é rei, e Quaquá, que acha que é deus, estão solidificados num mesmo objetivo... Fazer o povo de otário!

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