Gente das Areias - Capítulo 7

7. O Campo e as Teorias

     Num ensaio intitulado “Aprender e Ensinar”, Emanuel Carneiro Leão afirma: “Para aprender, não podemos receber tudo mas devemos, de certo modo, trazer alguma coisa conosco para o encontro” 61. Ora, o que conduz a todo e qualquer encontro é sempre uma inquietação. O outro é, por excelência, o alvo das nossas questões, o destinatário eletivo das nossas perguntas.
     Contra ele assestamos nossas baterias, submetendo-o ao fogo cruzado dos quês - Quare ? Quis ? Quã ? Quid ? Qualis ? Qui ? Quo ? Quomõdo ? Quando ? Quorsum ? Quotíes ? Quantum ? Quot ? E, às vêzes até, à perigosa questão da serpente: Quidni ? - “Por que não?” 62.
     É, portanto, sempre de uma busca que se trata. Mas não de uma busca qualquer, pois segue um modo sui generis de inquirir. Propor um questionamento obrigado a mover-se dentro de certos limites, determinados, num extremo, pela permissão (quiçá prescrição) e, no outro, pelo sinterditos.
     Quem dá ao ofício de etnólogo sua forma específica de perquisicionar são as teorias. Victor Turner, no entanto, admite que “embora levemos conosco, para o campo, teorias,estas só se tornam relevantes se e quando iluminam a realidade social” 63. Acrescenta, ainda, que nem sempre são os sistemas teóricos na sua totalidade os responsáveis pela dita iluminação. Às vezes, apenas idéias esparsas, fulgurações conceituais, aplicadas a dados igualmente dispersos, realizam essa virtualidade.
     São essas intuições fundamentais, e não o arcabouço lógico no qual estão inseridas, que constituem a panóplia do pesquisador. Tudo se passa, portanto, como se ao invés de partir para o combate revestido com as armas completas de um grego, um romano, um godo, um tártaro-mongol, ou um guerreiro medieval, lhe fôsse facultado ingressar na luta de armadura compósita, guarnecido com o carro de combate de um, o escudo de outro, a espada de um terceiro, a lança e o elmo de um quarto, a cota de malhas de outro ainda, e assim por diante.
     Cada apetrecho, com suas virtudes próprias, tem, no entanto, de ajustar-se a um propósito e a um contexto de atuação particulares. Talvez seja este o significado das palavras de Georges Dumézil, quando diz: “sempre que começamos uma pesquisa, somos forçados a inventarum método” 64. Da mesma forma poderíamos interpretar as palavras de Lévi-Strauss, quando, para escândalo de leitores em busca de coerência, afirmava: “ En matière de philosophie j'ai fait flèche

61 Carneiro Leão e Lacombe, 1975:45. 
62 Cf. Graves, 1961:252. 
63 Turner, 1974:23. A propósito, consulte-se, também Evans-Pritchard, 1978. 
64 Dumézil, 1981:89. 

de tout bois ” 65. Ou ainda a famosa blague de Marcel Granet - “ La méthode, c'est le chemin, après qu'on l' a parcouru ” 66.
     Ora, o projeto formulado em 1987 não é senão uma tentativa de articular os diversos insumos teóricos que, cada um a seu modo, se provaram e aprovaram no trabalho-de-campo, na medida em que foram capazes de responder, satisfatoriamente, aos problemas suscitados pela observação sociológica. Convém, pois, arrolar aqueles que se revelaram os mais importantes, dentre os muitos recursos mobilizados para superar as dificuldades do caminho.
     Vejo que, neste sentido, o partido básico do método foi determinado pela noção de drama social . A escolha dessa metáfora se impôs, por assim dizer, com o próprio campo empírico da pesquisa. Victor Turner cunhou a categoria drama social para dar conta dos dilemas inerentes aos processos de segmentação e continuidade das aldeias ndembu . Sucede que também o assentamento da Zacarias se encontrava, desde o início dos anos setenta, às voltas com um cisma e com a busca agônica de permanência de um dos seus segmentos, aquele, precisamente, em que decidi desenvolver minha investigação sobre o dispositivo técnico-naturalístico da pesca lagunar.
     “A luta do tostão contra o milhão”, como dizem os pescadores da Praia da Zacarias, não era, entretanto, o único grande evento dramático desse contexto etnográfico. Além dele, podiam assinalar-se, ainda, as repetidas mortandades de peixes, dentre as quais a maior foi a de 1975.
     Também elas envolviam uma questão de continuidade. Tratava-se de saber se,diante da recorrência do fenômeno, a identidade social de pescador tinha alguma chance de se reproduzir no futuro imediato ou se, ao contrário, este reservava aos seus respectivos portadores a dissolução, pura e simples, do seu modo de vida.
     A resposta a essa questão dependia, por sua vez, no entender dos zacarieiros, da possibilidade de se reeditarem, periodicamente, as aberturas de barra , eventos dramáticos por excelência do sistema de relações sociais do qual a pesca lacustre fazia parte.
     Diante disso, não havia como ignorar que toda a vida social da Zacarias era uma espécie de epítome dos conflitos aos quais muitos dos outros aldeamentos pesqueiros haviam sucumbido, ou estavam em vias de sucumbir.
     Em Zacarias, no entanto, este processo assumia uma densidade dramática peculiar, para a qual contribuiam dois fatores. Primeiro, sua luta de vida ou morte, não apenas contra essa vanguarda da vida urbana que eram os loteamentos, mas contra uma cidade inteira - a Cidade de São Bento da Lagoa. Em segundo lugar, por causa de uma história que os zacarieiros contavam a si

65 Lévi-Strauss, 1972:89-90. “Em matéria de filosofia, fiz flecha de qualquer pau”. 
66 apud Dumézil, 1948:12. “O método, é o caminho, depois de o termos percorrido”. 

mesmos sobre si mesmos, e em virtude da qual se reconheciam como personagens de uma saga inscrita na paisagem da restinga - a história de Juca Tomás e sua descendência.
     Uma vez adotada, essa perspectiva do drama social trazia consigo a referência básica ao conflito. Esta referência consagrou-se, em oposição à ortodoxia estrutural - funcionalista do modelo homeostático, na antropologia britânica, sobretudo a partir de Edmund Leach e MaxGluckman. Em torno deste último, a assim chamada “escola de Manchester” dedicou-se à compreensão da vida social como processo , palavra com a qual não pretendia, apenas, designar o seu movimento, enquanto de vir, mas, apoiando-se no sentido judicial da metáfora, aludir ao seu primum mobile , o conflito e suas formas de composição.
     Assim, a vida social, no seu caráter essencialmente dinâmico, surgia, concomitantemente, como produtora e produto do tempo. No seio deste, entretanto, emerge uma distinção. Há um tempo comum, o fluxo constante da vida cotidiana, e um outro tempo, a cada tanto marcado por momentos onde o processo social parece ganhar um ritmo, uma tensão e uma intensidade singulares.
     Convencido dessa qualidade dinâmica das relações sociais, pela leitura de Znaniecki, Turner enxergava no mundo social “o movimento tanto quanto a estrutura, a persistência tanto quanto a mudança, na verdade, a persistência como um aspecto marcante da mudança” 67.
     As implicações dessa perspectiva para a apreensão da vida social levam a admitir, como unidades irredutíveis de análise desta, não somente a ação social, mas, sobretudo, determinadas fases da mesma, nas quais ocorre uma obvia e nítida oposição de interesses e atitudes de grupos e indivíduos.
     Consideradas como “unidades isoláveis e, detalhadamente descritíveis do processo social” 68, com uma tonalidade marcadamente agônica, vemo-las surgir, nas análises de situação social (Gluckman) 69, ou como etnografias de dramas sociais e processos rituais (Turner) 70.
     São, pois, as situações, dramas e processos rituais momentos críticos da apreensão etnográfica, graças à sua capacidade de ressaltar e, desse modo, evidenciar a forma e o perfil processual característicos das totalidades sociais. Foi esse tipo de compreensão que deu origem ao

67 Turner, 1974:32. 
68 Turner, 1974:33. 
69 Gluckman, 1940. 
70 Turner, 1957, 1967, 1969, 1974 e 1980. 

que, no campo dos métodos etnográficos, ficou conhecido, seja como situational analysis, seja como extended - case method 71.
     Esse partido metodológico impunha uma inequívoca preferência pelos dados colhidos no calor da hora, quando diante de um conflito de regras ou direitos sociais, ou diante de uma passagem crítica e ritualizada da vida social, não resta aos homens senão assumir posições e dar expressão aos seus sentimentos.
     Se os ritos e conflitos, no seio de uma sociedade, põem em movimento os homens, e se é verdade que os homens encarnam valores sociais 72, então é nessas oportunidades que surgemos personagens, individuais ou coletivos, cuja interação dá ao grupo seus enredos paradigmáticos, conferindo aos distintos momentos da vida social o seu tempêro específico.
     É, pois, esse tipo de evento que proporciona ao etnógrafo as melhores ocasiões para surpreender a qualidade da vida social, isto é, na expressão de Florian Znaniecki, o seu coeficiente humanístico 73. Com isso, não se quer descartar a relevância da observação minuciosa da vida cotidiana, mas indicar ao etnógrafo uma espécie de território preferencial para o seu desempenho, enquanto “caçador ativo” 74.
     Isto serve para esclarecer o propósito do trabalho-de-campo. Em sua busca o etnógrafo vê-se obrigado a prestar atenção na busca do outro, isto é, naquilo que confere sentido à existência desta. Ora, onde há busca há conflito, porque homens são valores, e onde há valores, há contendas em torno de valores. E quando é mesmo que um valor adquire toda sua carga? Quando é encenado, isto é, quando surge no seio do rito, da cerimônia, do processo judicial, ou de outra representação dramática qualquer, como uma associação inextricável de categorias e sentimentos; de intelecto e emoção, de forma estética e conteúdo moral75.
     De algum modo, tais formas sempre me pareceram ter recebido de Marcel Mauss o seu batismo mais sugestivo quando se refere ao fato social total, típico ou privilegiado 76. Quando

71 Esse método de estudos-de-caso detalhados, que retoma e a profunda um preceito de Malinowski, foi o dispositivo heurístico privilegiado em Manchester (Gluckman, 1961, 1965 e 1967; Mitchel, 1956; Middleton, 1960. Van Velsen, 1967). É com Turner, porém, que alcança sua forma mais acabada, tal como a encontramos em Schism and Continuity in an African Society (1957), conhecido no Brasil no ano seguinte de sua publicação, como atesta o exemplar lido e anotado por Gioconda Mussolini, doado à biblioteca daFFLCH da USP, por exemplo. 
72 Cf. Znaniecki, 1934:176. 
73 Znaniecki, 1934:36-37. É interessante observar que The Method of Sociology circulou no campointelectual brasileiro, conforme prova o exemplar de Gioconda Mussolini datado de 12/XI/51, e que se encontra na biblioteca da FFLCH da USP. 
74 Malinowski, 1978:8. 
75 Ver, a propósito, Bateson, 1971:10, 41-42 e 229. 
76 Evans-Pritchard, em sua “Introdução” à versão inglesa do Essai sur le Don (1952), considera “total” apalavra-chave do Essai . Ressalta o valor metodológico do estudo, bem como o seu pioneirismo enquanto  

se diz que um fato social é total, considera-se-o como atualização condensada da diversidade social, em termos de domínios, atores e valores. Quando se afirma que tal fato é privilegiado, pretende-se considerar sua capacidade de ilustrar, estética e moralmente, um determinado contexto sócio-cultural. Mas, ele é privilegiado, também, na medida em que a própria sociedade lhe atribui um lugar especial 77. Do ponto de vista do trabalho-de-campo, poder-se-ia considerá-lo, ainda, privilegiado porque é nele e através dele que se torna possível surpreender a sociedade como demiurgo de sí mesma, no fugidio e preciso instante de sua mímesis 78.
     Ao escolher a expressão evento humano paradigmático , para a briga de galos em Bali, Clifford Geertz enfatiza, nesse tipo de evento, o seu caráter modelar 79. Diz que se trata de “uma estória que [os balineses] contam a si mesmos sobre si mesmos” 80, acentuando a dimensão pedagógica do evento, na medida em que reconhece nele “uma espécie de educação sentimental” 81.
     Desse ponto de vista, tudo que o etnógrafo pode almejar é que um (ou mais) desses fatos paradigmáticos, típicos, totais, ou privilegiados, se ponha(m) diante dele no campo, pois seu ofício crê ser este o mais seguro atalho para o âmago de qualquer totalidade sócio-cultural, a via régia que leva ao corpo, ao coração e ao espirito dos homens em sociedade.
     Se é verdade que “etnógrafo é o nome de um papel que todos os antropólogos desempenham ocasionalmente” 82, fatos sociais totais, típicos, privilegiados, ou eventos humanos[sociais] paradigmáticos, oferecem ao profissional as mais profícuas oportunidades de encarnar esse papel.
     Ao estabelecer o elenco das fontes do cientista social, Znaniecki, o eminente sociologo polonês, contemporâneo de Malinowski, classificava-as em duas categorias - a observação e a experiência pessoal 83. Através de uma e outra vai constituir-se esta “série de “estudo sistemático e comparativo de um costume muito difundido: a troca-dádiva”, e como explicação da função desta no sistema social (1972:28:31).

77 Trata-se, pois, não só de um recurso metodológico, mas de um dispositivo que a própria sociedade erige, para se reconhecer, em seguida, neste seu artifício de totalização. 
78 Com efeito, este auto-engendramento pode ser melhor caracterizado como criação artística (ver Peters,1977:64-65). 
79 Geertz, 1973:450. De minha parte prefiro trocar "humano" por social, pois o paradigmático só o é nocontexto nativo, ou naqueles que lhe sejam congêneres. 
80 Geertz, 1973:448. 
81 Geertz, 1973:449. 
82 Freedman, 1978,V.1:44. 
83 Znaniecki, 1934, cap. IV. 

impressões multitudinárias”, capaz de prevenir, como uma espécie de princípio de admissibilidade, as interpretações errôneas, para usar as palavras de Radcliffe-Brown 84.
     A observação, direta ou indireta, no entanto, permaneceria privada de qualquer “coeficiente humanístico” não fossem as experiências pessoais do pesquisador, ou suas experiências vicárias, isto é, aquelas que lhe foram contadas por terceiros.
     Desse modo, coloca-se o problema da narrativa, forma desde sempre privilegiada da experiência pessoal. Quem viveu algo que mereça ser transmitido trata de contá-lo. Ora, dentre os eventos passíveis de causar impressão, vêm, em primeiro lugar, as formas dramáticas do conflito, do ritual, da festa. Ao descrevê-los, a narração restitui aos dados esse encantamento proveniente da vivacidade das idéias, emoções, objetos e matizes de cor e som, do episódio em cena aberta. Narrar , do latim narrare (“contar”), é uma derivação do radical indo-europeu gná , que significa “conhecer” (ter gnósis , sobre algo). A narrativa é, pois, um modo peculiar de reflexão sobre eventos notáveis precedentes, em busca do seu significado. Seu referente, é algum tipo de ação, técnica ou ritual, ou as duas coisas ao mesmo tempo.
     E, assim, voltamos aos dramas que, como eventos paradigmáticos, são o objeto eletivo do narrador, pois, como observa Victor Turner, derivando-se drama do grego drân (“fazer ou agir”), “a narrativa é conhecimento (e/ou gnósis ) que emerge da ação, isto é, conhecimento experiencial” 85.
     O etnógrafo é obrigado a lidar com dois tipos de narrativas. Com as narrativas dos eventos dos quais ele mesmo participou (como ator ou espectador) e com as narrativas dos eventos de que terceiros participaram. Desse modo, os dramas configuram-se, para ele, seja como narrativas próprias, seja como narrativas dos seus informantes, sobre eventos por eles vividos, ou, finalmente, como narrativas de segundo grau, quando estes dizem - “os antigos contavam que...” Por isso, as etnografias, profundamente entranhadas na vida do etnógrafo, enquanto pesquisador-de-campo, dependem, em grande parte, de uma ars narrandi , inexoravelmente presa ao ponto de vista e à habilidade do narrador, e, como tal, comprometida, menos com critérios de verdade, do que com a verossimilhança.
     Os nativos , entretanto, não são apenas fontes inesgotáveis de stories , isto é, de experiências pessoais, próprias ou alheiras, ocupados em carregar trigo ao moinho do etnólogo.
     Muitos deles arriscam suas próprias generalizações, ou veiculam as dos seus confrades,

84 Radcliffe-Brown, (1964:231) vê nessas “impressões multitudinárias” a fonte de uma “impressão geral”,impossível, segundo ele, de analisar, registrar e transmitir a outrem, e que, no entanto, serve como dispositivo de segurança da interpretação. 
85 Turner, 1980:167. 

contemporâneos ou predecessores. Vale dizer que têm suas próprias teorias sobre o mundo em que vivem. E essas teorias nativas constituem, também, fonte preciosa de material para a reflexão sociológica.
     Nesse particular, o meu esforço de compreensão e análise da identidade social do pescador, inserido no sistema de relações da pesca lacustre em Maricá, beneficiou-se, extraordinariamente, da teoria nativa sobre as barras sazonais como dispositivo crítico para o manejo de todo o ecossistema lagunar. Do mesmo modo, revelou-se básica, para o entendimento da sociedade e da atividade pesqueiras, a metáfora contida numa frase recorrente entre os zacarieiros -“A lagoa é a lavoura do pescador”.
     Foi com relação a esta última que me ocorreu, em boa hora, a pergunta da serpente. Por que, ao invés de considerá-la uma analogia, fácil e superficial, não se haveria de levá-la a sério, perguntando-se em que sentido a lagoa poderia ser, propriamente, entendida como a lavoura do pescador?
     E, se assim fosse, por que não considerar a existência de um nexo significativo fundamental entre esse tipo de lavoura , praticado pela pesca lacustre, e os grandes ritos sazonais das barras nativas , buscando explicitar a natureza e a relevância de tal nexo para a construção dramática da identidade social de pescador, em Maricá?
     Tal foi, em última análise, o aguilhão, que me acompanhou, desde o encerramento do trabalho-de-campo, e ao qual caberia impulsionar, daí por diante, a etapa final de todo esse ciclo- sua transformação em texto, a prática escriturária da qual resulta toda e qualquer etnografia.
     Este, no entanto, não é um passo de somenos importância. Embora presente, desde o início, no campo, a tarefa de escrever assume, na elaboração final do relato etnográfico, o caráter de um ciclo à parte.
     Configura-se como busca concomitante de substância e forma do argumento. Exige, por isso mesmo, inúmeras decisões, sobre pontos de partida e pontos de chegada, passagens obrigatórias, caminhos adequados e atalhos oportunos, estratégias e táticas discursivas, para enfrentar desafios, contornar tentações, flanquear obstáculos previsíveis ou surpreendentes, escolher e alinhar dados e conceitos, dosando sua intervenção, ora com prudência, ora com audácia.
     Em tudo isso, esforçar-se para não perder de vista nem a retaguarda, nem os objetivos da argumentação, para que ao termino possa resultar, com a limpidez possível, a trajetória desta, que outra coisa não é senão o método efetivamente adotado pelo estudo.

Continua amanhã.

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