Fluzão está na final

Na segunda semifinal da Taça Guanabara, nesta quinta-feira, a emoção ficou para o final. O Fluminense bateu o Botafogo na disputa por pênaltis (4 a 3) e fará a final da Taça Guanabara contra o Vasco, domingo, no Engenhão.

Desta vez, o ídolo alvinegro Loco Abreu foi o vilão da partida. Após o empate de 1 a 1 no tempo normal, o uruguaio bateu a quinta cobrança alvinegra da série e parou nas mãos de Diego Cavalieri, que também defendeu chute de Lucas e se tornou o herói da noite.

Os gols do Clássico foram marcados por Elkeson pelo Botafogo e Leandro Euzébio pelo Fluminense, ambos no segundo tempo. Os minutos finais do jogo foram eletrizantes. O resultado não acaba com o jejum de vitórias do Fluminense em clássicos cariocas (agora, de 12 partidas), mas pelo menos deixa para trás dois tabus recentes, que o incomodava: a marca de empacar nas semifinais da Taça Guanabara - foi eliminado nos últimos quatro anos - e a de não superar o Botafogo em jogos decisivos ultimamente - perdera os últimos quatro duelos (três semifinais e uma final de turno).

Já o Alvinegro, único grande carioca fora da Taça Libertadores, terá o segundo turno para correr atrás da vaga na decisão do estadual. A trajetória recomeça às 19h30m da próxima quarta-feira, em partida contra o Americano, no Godofredo Cruz.

O jogo

A partida começou nervosa e bastante disputada. O Botafogo começou tomando a iniciativa do jogo, mas constantemente abria espaços na retaguarda para os contra-ataques dos tricolores. Assim, Fred quase abriu o marcador, aos 15 minutos, mas Jefferson evitou o gol. Quando Elkeson e Lucas subiram de produção, o time alvinegro melhorou, mas o único perigo à meta de Diego Cavalieri foi um chute rasteiro de Andrezinho, já aos 43 minutos.
"É um duelo difícil, duro. Temos que aproveitar as chances que aparecerem. Tenho certeza que virão no segundo tempo", analisou Fred no intervalo da partida.

O Flu, ainda assim, voltou mais aceso e mostrava que poderia dominar. Foi capaz de acuar o Botafogo e criar três oportunidades em 15 minutos. A melhor delas em cabeçada certeira de Thiago Neves, que fez Jeffeson praticar belíssima defesa, aos 13. A insistência no jogo aéreo tinha Fred como alvo, mas Antônio Carlos seguia soberano na briga. Os tricolores reclamaram de pênalti num lance polêmico, já que Nem foi tocado por Márcio Azevedo.

Quando o Fluminense era melhor, os botafoguenses chegaram ao gol, aos 28 minutos. Lucas lançou Herrera, a zaga tricolor fez linha de impedimento e errou. O argentino rolou para Elkeson, que não desperdiçou.

O gol dos alvinegros mexeu com a partida. Os tricolores não se abateram e o técnico Abel tirou o lateral Bruno e colocou o 'He-man', Rafael Moura, no seu lugar. O empate amadurecia, até que, também numa linha errada de impedimento da defesa do Botafogo, Leandro Euzébio recebeu livre na área e, aos 34 minutos, só escolheu o canto para balançar a rede e igualar o placar.

Os minutos finais foram de apreensão e as equipes evitaram se arriscar, satisfazendo-se em levar a definição da vaga para as cobranças de pênaltis.

Pênaltis

A classificação se consumou quando o uruguaio Loco Abreu, ídolo alvinegro e famoso por suas cavadinhas, cobrou tradicionalmente e parou nas mãos de Diego Cavalieri, na última cobrança da disputa por pênaltis.
Andrezinho, Herrera e Renato marcaram para o Botafogo - Lucas perdeu. Fred, Thiago Neves, Rafael Moura e Anderson converteram para os tricolores, com Jean falhando.

"Muitos não acreditavam que nós chegaríamos na final. O grupo todo está de parabéns, não só eu", comentou Diego Cavalieri logo após a vitória.

Questionado, o técnico Abel Braga promoveu mudança significativa na equipetitular e na relação dos reservas, mostrando que cedia a pressões de bastidores. Wellington Nem entrou no lugar de Rafael Sóbis, que sequer ficou no banco, assim como Wagner. Caros, mas pouco produtivos, jogadores perdem espaço no grupo gradativamente. Dentre os alvinegros, faltavam Maicosuel, suspenso e machucado, além de Loco Abreu em boa forma. O atacante uruguaio voltava de lesão muscular na coxa.

Jogadores do Flu abraçam Diego Cavalieri após defender o pênalti cobrado por Loco Abreu
Foto: Dhavid Normando / Photocamera
Tricolores comemoram o gol de Leandro Euzébio
Foto: Dhavis Normando / Photocamera

FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 1 (3) x (4) 1 FLUMINENSE
BOTAFOGO - Jefferson; Lucas, Antônio Carlos, Fábio Ferreira e Márcio Azevedo; Marcelo Mattos (Caio), Renato, Andrezinho e Elkeson (Lucas Zen); Herrera e Loco Abreu. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
FLUMINENSE - Diego Cavalieri; Bruno (Rafael Moura), Anderson, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Diguinho, Deco (Jean) e Thiago Neves; Wellington Nem (Araújo) e Fred. Técnico: Abel Braga.
GOLS - Elkeson, aos 30, e Leandro Euzébio, aos 34 minutos do segundo tempo. Nos pênaltis: Andrezinho, Herrera e Renato marcaram e Lucas e Loco Abreu erraram para o Botafogo; Fred, Thiago Neves, Rafael Moura e Anderson marcaram e Jean errou para o Fluminense.
CARTÕES AMARELOS - Antônio Carlos (Botafogo); Edinho (Fluminense).
ÁRBITRO - Péricles Bassols Pegado Cortez.
RENDA - R$ 541.615,00.
PÚBLICO - 17.027 pagantes (21.143 no total).
LOCAL - Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão), no Rio de Janeiro (RJ).


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