Em Maricá, moradores de Inoã passam por descaso total


Posto de Saúde com atendimento precário

Pacientes que residem em Inoã, Maricá, estão proibidos de ficarem doentes às terças, quartas e sextas-feiras porque o único posto de saúde em funcionamento no bairro atende apenas às segundas e quintas-feiras, mesmo assim de modo precário. Além da falta de atendimento, faltam curativos e remédios básicos.


Juliana Costa dos Santos, 25 anos, disse que o atendimento no posto já foi melhor. “Há alguns anos, o atendimento era bom, tinha mais de um médico. Estou gripada, há uma semana, e não tem remédio na unidade. Pior é a falta do sulfato ferroso. Estou grávida e meu filho necessita desse suprimento”, desabafou Juliana.

Ana Maria Ribeiro também reclama da falta de médicos e remédios no posto. Ela alega que antes, em um outro posto tinha vários especialistas. “No outro posto tinha vários especialistas, não sei o que aconteceu. Acho que está sendo reformado. Lá era bom. Disseram que aqui seria provisório, mas pelo jeito vai ficar assim. Aqui, nem sala de curativo tem. É um absurdo o que fazem conosco”, opinou.

Para Sebastiana da Rocha, 47, o maior problema é a falta de outro profissional para revezar com o único que atende no posto. “Não tenho o que reclamar do médico. Mas como ele é o único do posto, fica sobrecarregado. Talvez o exame não seja do jeito que os pacientes desejam. Ele está só”, disse Sebastiana, que tem problema de estômago.

Em resposta, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Maricá afirmou que os medicamentos foram entregues pelo fornecedor, na quarta-feira, (7), na sede da Secretaria de Saúde, após a empresa ter sido notificada, oficialmente, pela administração municipal. E que até a próxima segunda-feira, todos os postos de saúde da cidade estarão com os estoques de medicamentos regularizados.

Ainda de acordo com a assessoria, o Posto de Inoã, diferentemente do que disseram os pacientes, funciona com equipe multidisciplinar formada por um médico, uma enfermeira e cinco agentes de saúde, que acompanham um número definido de pessoas. E que para melhorar o atendimento está sendo montada uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com capacidade de 300 atendimentos por dia.

Ponte deteriorada e valão a céu aberto

Moradores do Loteamento Parque Bosque Fundo, em Inoã, Maricá, estão cheios de problemas e abandonados pela prefeitura. As obras de melhoria nas ruas são feitas pela comunidade, que convive com uma ponte deteriorada e um valão aberto pela prefeitura que corta a rua.

A ponte que passa sobre o Rio Roncador, único acesso à localidade, está com sua sustentação corroída. As pessoas também são obrigadas a conviverem com um valão aberto, há anos, pela prefeitura para escoar água de chuva proveniente dos morros da região.
“Esse esgoto a céu aberto é um inconveniente para todos nós. É constrangedor receber um convidado. O mau cheiro que vem da água suja é insuportável”, disse Nilcinei Teixeira, 48 anos, presidente da Associação de Moradores e que mora, há 25 anos, na localidade.

As manilhas existentes foram colocadas pelos moradores, que são obrigados a construir as casas em nível mais alto do que a rua para que a água da chuva não inunde as residências.
“Já houve casa tomada pela água quando esse valão encheu. A população merece o mínimo de consideração. Não aguentamos mais tanto descaso”, desabafou Nilcinei.

Morador da Rua 6, o aposentado Gentil Ribeiro, 71, morador há 12 do local, também fez melhorias em sua rua com os seus vizinhos. “O pó de pedra aqui da rua quem comprou e colocou fomos nós. Aqui, nem para retirar o mato do valão a prefeitura serve. Isso contribui para reter o lixo e dificulta a passagem da água, inundando a rua”, disse o aposentado, que fechou um pequeno bar.

Em resposta, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Maricá disse que concluiu, este mês, a licitação para drenar e pavimentar um trecho de dois quilômetros de ruas no Parque Bosque Fundo. A licitação inclui a reforma da ponte. A previsão é que as obras sejam iniciadas em abril. Sobre o valão que corta a Rua 6, técnicos da Secretaria Municipal de Obras irão ao local verificar se há despejo clandestino de esgoto no local e tomar as medidas cabíveis.

Com informações de Cláudio Costa Rosa (O São Gonçalo)

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