Fluminense, espetacular, goleia o invicto Botafogo e bota a mão na taça


Da redação / Marcelo Bessa - Numa exibição de gala na tarde deste domingo, no estádio do Engenhão, como verdadeiros campeões, os jogadores do Fluminense, orquestrados pelo excepcional meia Deco, aplicaram uma goleada de 4 X 1, de virada, sobre a, até então, invicta equipe do Botafogo, apresentando um bom futebol coletivo e de alta qualidade.
A derrota, para o técnico Oswaldo de Oliveira, teve um dissabor todo especial, pois, confiante e após a vitória de sua equipe sobre os cruzmaltinos na semifinal, declarou aos repórteres que, até aquele momento, depois de 23 partidas, ninguém foi capaz de derrotar a sua equipe e que por isso sentia-se muito orgulhoso e satisfeito. Porém, desta vez, viu-se obrigado a engolir a derrota maiúscula imposta ao seu time por um adversário superior em quase todos os noventa minutos da partida.
Fred comemora com seus companheiros após seu golaço de bicicleta
Foto: Site Oficial do Fluminense
No clássico deste domingo, havia um clima todo especial, pois desde 1975 que Fluminense e Botafogo não decidiam o Campeonato Carioca. Da última vez, naquele ano, a conquista foi tricolor. 
Fred, de bicicleta, brilha mais uma vez
A partida começou bastante movimentada com o Botafogo tomando as iniciativas de ataque e, logo aos oito minutos, saiu na frente abrindo o placar, com Renato pegando de primeira, próximo ao bico da grande área, uma sobra de bola desviada após um cruzamento de Fellype Gabriel que buscava Loco Abreu, num belo chute à meia-altura em direção ao canto direito do gol de Cavalieri, traído pela falha do lateral Carlinhos que, inesperadamente, desviou da boa, enganando o goleiro tricolor que nada pode fazer. Botafogo 1 a 0.
A partir do gol do Botafogo, o Fluminense despertou e partiu pra cima do adversário. A equipe alvinegra, prematuramente em vantagem no placar, retrancou-se em sua linha defensiva, concentrando a marcação nas laterais e procurando explorar os contra-ataques. Mas, nas suas raríssimas investidas ao ataque, esbarrou nos zagueiros tricolores sempre bem atentos, especialmente Gum que fazia ótima partida. 
Após a parada técnica a equipe de Abel Braga voltou melhor posicionada em seu meio-campo e tomou conta da partida com o seu quarteto ofensivo, formado por Fred, Deco, Thiago Neves e Rafael Sobis, livrando-se da marcação e infernizando a vida dos defensores alvinegros que não viram outra alternativa senão a de apelar para as faltas. Numa delas, o lateral direito Lucas recebeu o primeiro cartão amarelo do jogo.

Aos 23 minutos, Thiago Neves, em jogada individual, teve ótima oportunidade para empatar o placar após livrar-se da marcação de Fábio Ferreira e chutar de perna esquerda para a boa defesa de Jefferson. Os alvinegros permaneciam atônitos, pois seu trio ofensivo Maicosuel, Fellype Gabriel e Elkeson não conseguia realizar a ligação com o atacante Loco Abreu, muito bem marcado pela dupla de zaga tricolor.
Depois de nove finalizações, a persistência tricolor deu resultado aos 43 minutos, quando Elkeson perdeu uma posse de bola no meio-campo. Carlinhos avançou pela esquerda e cruzou na direção de Thiago Neves, no segundo pau, que escorou de cabeça para a entrada da pequena área, onde estava o artilheiro Fred que acertou uma linda bicicleta, indefensável para Jefferson, que apenas olhou a bola estufar a sua rede. Gol importante do artilheiro e o primeiro tempo terminou empatado.
Deco desequilibra e Flu vira com direito à goleada e "olé".
O Botafogo voltou mais aceso no início do segundo tempo e foi logo atacando. Aos seis minutos, numa cobrança de falta de Maicosuel, Loco Abreu, mesmo acossado por Leandro Euzébio, conseguiu desviar de cabeça. Cavalieri, bem posicionado, encaixou a bola fazendo boa defesa. Nesse lance o atacante uruguaio reclamou muito de pênalti dizendo que foi agarrado pelo zagueiro, porém o árbitro Luiz Antônio Silva dos Santos julgou o lance como jogada normal. 
Cinco minutos depois, Lucas, que já tinha cartão amarelo, acertou, por trás, o tornozelo de Thiago Neves, impedindo-o de iniciar uma jogada de contra-ataque do time do Fluminense e acabou sendo expulso de campo pelo árbitro. No lance seguinte, Deco tabelou com Rafael Sobis e, num passe primoroso, o maestro tricolor deixou o atacante na cara do gol, que não desperdiçou, metendo, de canhota, a bola no ângulo direito do gol de Jefferson. Flu 2 a 1. 
Após o gol da virada da equipe tricolor, o time alvinegro, com 10 em campo, se perdeu na partida. Elkeson, vaiado pela torcida, e Fellype Gabriel passaram a errar muitos passes. Maicosuel também foi anulado e suas investidas pela direita não surtiram mais efeitos. Aos vinte minutos, Thiago Neves, livre de marcação fez um lançamento preciso para Sobis dentro da área, deixando-o cara a cara com Jefferson. O atacante driblou o goleiro alvinegro e, quase sem ângulo acertou o gol, balançando o lado direito da rede. Flu 3 a 1. 
O Fluminense passou a jogar "à la Barcelona", com Deco e Jean tocando a bola no meio de campo, distribuindo os passes com precisão e dominando inteiramente a partida. Oswaldo de Oliveira, que escalou mal o seu banco de reservas, pois não levou substituto para a lateral direita, fez mudanças no ataque. Loco Abreu e Elkeson saíram para as entradas de Herrera e Caio mas o panorama do jogo em nada mudou. O zagueiro Antônio Carlos teve a chance de diminuir a vantagem tricolor num cabeceio perigoso, mas Diego Cavalieri defendeu.
Abel Braga tirou Thiago Neves, que apresentava sinais de cansaço, e colocou em campo o garoto Marcos Junior de 18 anos, que acabou fechando a goleada numa primorosa jogada coletiva do ataque tricolor, na qual se iniciou com um passe de Deco para Sobis que, de letra, serviu a Fred que rolou um passe açucarado para ele, deixando-o livre, de frente para o gol de Jefferson que nem viu a cor da bola, num chute rasteiro e preciso, morrendo no canto direito, sacramentando a goleada de 4 X 1 e a festa tricolor na casa do adversário. O técnico tricolor ainda colocou o atacante Rafael Moura no lugar de Fred e o meia Wagner no lugar de Deco. Nos minutos finais os tricolores colocaram os alvinegros na roda ao som dos torcedores que gritavam "olé".
O Fluminense venceu pela primeira vez o Botafogo no Engenhão. Até este domingo, eram três derrotas e seis empates. Na próxima partida o Fluminense pode até perder por uma diferença de dois gols que será o campeão. A exibição de gala do Flu foi vista por 28.182 pessoas (sendo 23 mil pagantes, com renda de R$ 732.015,00). Na quinta-feira, também no Engenhão, o Tricolor recebe o Inter, às 22h, na segunda partida das oitavas de final pela Copa Libertadores das Américas. No jogo de ida, em Porto Alegre, houve empate sem gols.
Fluminense 4 x 1 Botafogo
Local: Engenhão
Árbitro: Luis Antônio Silva Santos
Cartão amarelo: Lucas (BOT); Rafael Sobis (FLU); Carlinhos (FLU), Leandro Euzébio (FLU)
Cartão Vermelho: Lucas (BOT)
Gols: Renato, aos 8'; Fred, aos 44; Rafael Sobis, aos 12 e 20; e Marcos Júnior
Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Jean, Deco (Wagner), Thiago Neves (Marcos Júnior) e Rafael Sobis; e Fred (Rafael Moura). Técnico: Abel Braga
Botafogo: Jefferson; Lucas, Antônio Carlos, Fábio Ferreira e Márcio Azevedo; Marcelo Mattos, Renato, Maicosuel (Jádson), Fellype Gabriel e Elkeson (Caio); Loco Abreu (Herrera). Técnico: Oswaldo de Oliveira


Comentários

  1. Devagarinho, comedidamente como é típico da torcida do fluminense, vamos chegando lá.

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