Itaipuaçu é ótimo reduto para a prática do Off-Road


Depois de mais de 24 horas de chuva, as ruas sem asfalto do Engenho do Mato e de Itaipuaçu mais pareciam brejos, de tanta lama e uma infinidade de buracos. Era esse o cenário no feriado do último dia 1: O que seria um pesadelo para qualquer motorista comum foi um verdadeiro parque de diversões para a turma do Niterói Jeep Clube, que se reúne praticamente todos os fins de semana para fazer trilhas e passeios e participar de campeonatos. 

Foto ilustrativa
Criado em 1991, o clube de jipeiros já chegou a ter mais de 200 sócios. Hoje, apenas 30 deles continuam participando assiduamente. Nada que impeça o grupo de permanecer figurando como um dos mais ativos e tradicionais do estado.
A equipe do GLOBO-Niterói Sábado acompanhou um percurso com a turma trilheira e descobriu que radical é um adjetivo que se aplica bem ao off-road. Com oito carros, o comboio partiu de um posto de gasolina na Avenida Central em direção ao Parque Rural, no Engenho do Mato, onde começou a "brincadeira" num terreno cheio de montes de terra e de buracos encobertos pela chuva. Veterano do grupo, o mecânico Edson José Nespoli, vulgo Chapéu, conta que a região abriga uma das trilhas mais radicais do estado, batizada de Max Lulu.
Carros quebrados e até capotagens são comuns no esporte
Ainda na primeira parada da trilha no Engenho do Mato, os jipeiros se meteram em encrenca. Para eles, no entanto, a graça é exatamente essa. O administrador Claudio Rui Chagas é um dos mais destemidos quando o assunto é encarar algum obstáculo. No mesmo dia, conseguiu inundar seu Jeep Cherokee enfiando o carro num buraco cheio d'água, sem saber a profundidade dele; e, distraído com a equipe, não viu uma imensa vala na lateral da estrada, caindo em cheio nela. O resultado foi muito trabalho para o grupo e mais de meia hora para tirar o carro, que teve um pneu furado.
- O objetivo do jipeiro é transpor um obstáculo. Quanto mais difícil, melhor. Mas quando alguém atola é a maior gozação, os amigos zoam a competência do atolado. E, é claro, se mobilizam para tirá-lo da situação - diz Chagas. - Às vezes, fazemos minicampeonatos entre nós mesmos. Mas é mais para testar nossos limites do que para competir.
Também veterano nas trilhas, Chagas admite que já capotou algumas vezes, por conta de seu entusiasmo ao volante. Mas afirma que os motoristas de off-road têm macetes para sair de situações perigosas. Companheiro de trilhas, o engenheiro Luiz Figueira ressalta que o primeiro ponto a ser observado por quem quer praticar trilhas de jipe é jamais ir sozinho:
- Recomendo procurar o jipe clube da sua cidade, porque lá você vai encontrar pessoas experientes. Antes de começar, é aconselhável também perceber o seu estilo de trilha, se é mais radical ou se é mais passeio, para só depois comprar um carro adequado. É preciso ainda ter o veículo com a manutenção correta, para evitar quebras, e, em períodos de chuva, tomar cuidado com beiras de rios. Mas o mais importante é sempre ter com você pessoas experientes, que possam auxiliar em situações difíceis.
Respeito à natureza e solidariedade
Dono de oficina, Chapéu afirma que é recomendável também ter um mecânico na equipe. E que jamais se deve sair sem o guincho elétrico, que é ligado na bateria do veículo e usado para tirar o carro do atoleiro. Segundo ele, de vez em quando acontece de o jipe quebrar, e o grupo ter que deixá-lo e só voltar no dia seguinte para fazer o resgate.
Chapéu conta que a trilha Max Lulu vai de Várzea das Moças até Itaipuaçu, e que foi aberta pelos próprios jipeiros do clube há cerca de 12 anos. Ele afirma que, justamente por ser a mais radical, ela é a preferida do grupo:
- A Max Lulu tem apenas 800 metros, mas se leva até o dia todo para completá-la dado o grau de dificuldade, que seria de dez, numa escala de um a dez.
Outras trilhas da região são a Thomas Car, que vai do Engenho do Mato a Itaipuaçu, passando pela inóspita estrada conhecida como Vai e Vem, com cerca de 25 quilômetros; e a Bananeiras, que vai pela região praiana de Maricá até a Serra de Friburgo.
- A Thomas Car é boa de se fazer quando está chovendo, porque ela é montanhosa, com subidas, e quando ela fica lamacenta é que é bacana - diz Figueira.
O engenheiro frisa que os integrantes do Niterói Jeep Clube têm uma preocupação grande em respeitar as leis ambientais. E que procuram se solidarizar com as comunidades carentes dos locais por onde passam:
- Não cortamos árvores nem danificamos a natureza. Não andamos mais na areia em Itaipuaçu, porque foi proibido pelo Instituto Estadual do Ambiente. E muitas vezes levamos cestas básicas para doar ao longo do caminho.
Fonte: Agência O Globo

Comentários

  1. Leandro Matheus: Parabéns a todos aventureiros e ao site pela divulgação.

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  2. Felizes os que praticam off-road nos feriados, eu pratico o ano inteiro, pois sou morador de Itaipuaçu.

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  3. Passem na Rua 42 pós enganação "água da CEDAE para todos"... Obstáculos de montão. Sem falar nas transversais (44, 45...), onde já tive o desprazer de enfiar meu carro num dia de chuva.

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