Pedra rochosa pode desabar sobre residência em Maricá

Há quase 1 ano, o IS denunciou este perigo iminente e a Prefeitura até hoje não tomou providências. Vale à pena ler de novo.
Reportagem / Marcelo Bessa - Uma enorme rocha de granito no local denominado Morro da Penha, na Serra da Tiririca, em Maricá, pode, a qualquer momento, desabar e cair em cima de uma residência situada no bairro do Recanto, em Itaipuaçu.

O suposto proprietário, provavelmente preocupado com a iminência de um deslizamento, colocou a casa à venda e mudou-se para outro local.

Foto: Marcelo Bessa
O perigo continua, pois o problema pode estar prestes a ser transferido para alguma outra família desinformada da situação. Segundo depoimento de um antigo morador que passava em frente a essa residência no instante em que a nossa equipe fazia a reportagem, há mais de trinta anos que ele vê a pedra na mesma posição.

A região é formada por um um vale, cercado pelo mar e por inúmeros morros de granito e de vegetação da mata atlântica que fazem parte de um complexo ambiental denominado Parque Nacional da Serra da Tiririca e faz limite natural entre os municípios de Niterói e Maricá, entre as Praias de Itacoatiara e Itaipuaçu, estendendo-se até a rodovia Amaral Peixoto (BR-106) na divisa com São Gonçalo.

Um pedaço da rocha desabou da Pedra de
Itaocaia na noite de 13 de agosto de 2009
em Itaipuaçu, distrito de Maricá 
Certa ocasião, numa quinta-feira do dia 13 de agosto de 2009, por volta das 20h50, bem perto dali, na Estrada de Itaipuaçu, um grande pedaço de rocha deslizou de um morro conhecido como Pedra de Itaocaia destruindo uma casa e deixando duas pessoas feridas. Esse acidente causou a interdição da Escola Municipal Ataliba, que continua fechada até hoje.

Segundo o geólogo e pesquisador Cláudio Martins, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), que na época fez uma análise técnica sobre a causa do desabamento, diferente do que chegou a ser anunciado pelo Departamento de Recursos Minerais (DRM), o deslocamento de blocos de rocha da Pedra de Itaocaia não foi resultado da oscilação de temperatura por influência da insolação ou da variação termal dia-noite, ou intervalos climáticos anuais, mas do alívio de carga a que o corpo granítico vinha sendo submetido ao longo de milhares de anos em função da erosão. O pesquisador alertou ainda para o fato de que “a cada momento chuvoso, novos fluxos de água percolam a base decomposta das placas, colocando-as em situação de risco iminente de escorregamento, mesmo que decorram alguns dias ou semanas após as chuvas”.

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