História de Maricá: o descobrimento e suas evoluções


Por Cleber Fernandes - A história oficial brasileira começa no ano de 1500 com a chegada do navegador português Pedro Alvares Cabral às praias baianas. As Entradas e Bandeiras, bem como os jesuítas foram transformando nossa pré-história em história. Entre 1574 e 1830 o Governo de Portugal doou a Portugueses de uma maneira profusa, como Sesmarias, que eram terras não colonizadas, Virgens, para que pudessem ser cultivadas.

Essa região, que engloba a faixa litorânea entre Itaipuaçú e a Lagoa de Maricá, antes território de índios, já era de muita importância no inicio do seculo XVI, por ser uma região intermediária entre o Rio de Janeiro e Cabo Frio, onde se iniciou o ciclo do Pau-brasil, logo nos anos seguintes ao descobrimento.

A história oficial de nosso Município se inicia em 08 de janeiro de 1574, com a doação feita pelo governo do Rio de Janeiro à Antônio Mariz, que era segundo Monsenhor Pizarro, uma Sesmaria de cerca de 500 braças em quadra na praia fronteira às Ilhas Maricá, na altura da atual praia de Itaipuaçú. E é nessas planícies e ao seu redor que nossa história oficial e extraoficial se inicia.

Mesmo antes disso nossas terras já eram conhecidas pelos nativos indígenas como “Maricahaa”como já havia sido registrado pelo historiador Luiz Teixeira, por volta do ano de 1573. Nossa região virou referência em mapas dos navegadores por estar entre a região onde havia a extração do Pau-brasil e a Baia de Guanabara, área de comercio e distribuição desta madeira de tonalidade avermelhada e que era muito valorizada aquela época. As “Ilhas de Maricahaa” eram referência de navegação nestes mapas.

Voltando um pouco na história, alguns escritos da época revelam que muito antes da entrega oficial à Antônio Mariz da propriedade de nossa região, ela foi invadida por “conquistadores” portugueses fiéis vassalos da côrte portuguesa que falavam muito de honra e glória, mas que na verdade já traziam os olhos dilatados pela cobiça pelas riquezas naturais e minerais da região. Ao longo de algumas décadas vieram diversas embarcações com estes “supostos colonizadores”, em sua maioria degredados, que faziam parte da “vaza e do enxurro” da sociedade lusitana. Essa população “branca” dos primórdios de nossa região era basicamente composta por essa escória de gente que enganavam e matavam os índios da região e usavam de suas más índoles para tentar sugar as riquezas para depois embarcar nos navios que retornavam a Portugal levando tudo que pudessem de bom de nossa região. Ao longo das décadas os reflexos dessa época se mostraram e se perpetuaram em nossa gleba de terra. As incursões dos franceses, aliados dos índios da região e também interessados nas riquezas minerais, fizeram com que Portugal lembrasse de dar inicio ao povoamento desta região para prevenir e manter seu poderio.

Por volta do ano de 1598, nosso “Vilarejo” como era conhecida a Maricá dos dias de hoje, já se insurgia como uma grande produtora de produtos agrícolas e agropecuários nas localidades de Imbassaí, Manoel Teixeira e Araçatiba, os primeiros a serem povoados. Ao longo de décadas os senhores de engenho, pecuaristas e produtores agrícolas foram aos poucos fazendo de nossa região um polo de produtividade que abastecia o Rio de janeiro de alimentos, sem contar com a pesca que aos poucos foi se firmando como grande atrativo.

Por volta do ano de 1700 começaram a construção de uma estrada rasgada por entre as encostas das serras que levavam a Niterói de onde partiam as embarcações em direção ao comercio do Rio de janeiro.
Em 1760 a Paróquia de Santo Antônio de Sá, foi desativada e então foi construída ao longo de 14 anos pelos escravos a atual Igreja de Nossa Senhora do Amparo, propositalmente construída sobre uma elevação de mais de três metros de altura para que ficasse protegida das possíveis inundações que pudessem vir a ocorrer no futuro.

A Estrada de Ferro Maricá construída em alguns anos e inaugurada em 1895 para transporte de sal de Araruama, dos produtos da região e que fazia a ligação entre o Rio de janeiro e Cabo Frio era o transporte que mais se utilizava para o leste fluminense e que bem mais tarde foi desativada.

NA PRÓXIMA SEMANA POSTAREMOS O SEGUNDO CAPÍTULO
CAPITULO II
A INSTALAÇÃO E SOBERANIA DAS OLIGARQUIAS

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