Samba, forró, cachaça, cerveja e muita mentira - isca fácil...

Por Helio Braga - Nem bem começou seu ameaçado mandato e o indefectível marreco lameiro dá início às açōes eleitoreiras extemporâneas com que pretende alavancar nova candidatura, desta feita rumo aos corredores brasilienses que imagina - e a crônica diária só corrobora - inexpugnáveis.

Depois de concluir sua mudança domiciliar e construir uma ridícula fortaleza que se opōe à propagandeada imagem de homem abraçado pelo povo, eis que agora apregoa ser um pescador e estar às vésperas de mudar-se para a restinga, morar em Zacarias e viver do que lhe trazem as iscas.

Ora! Isso já é exatamente o que tem feito há tempos, mesmo vivendo alhures e distante da imagem acima. Ou nāo tem sido à beira de bares, enxarcado na cachaça e na cerveja que todos acabamos por financiar direta e indiretamente, que suas mentiras tornam-se iscas para os eleitores sem qualquer sentido crítico ou pudor que lhe hipotecam apoio incondicional? De novidade, apenas o prometido CEP de falso pescador.

Assim, sempre movido a samba, forró, cachaça, cerveja, mentiras e discursos megalômanos - até ser contido pelos excessos de álcool e de seguranças - o marreco deu o segundo passo em direçāo a um sonhado reino encantado. Sim, segundo, porque o primeiro veio em forma de feijoada livre na praça e em comemoraçāo ao escandaloso patrocínio de um enrêdo fictício com que pretende emoldurar, via carnaval, seu nome e sua candidatura à Câmara Federal. Tudo fora da lei, tudo fora das regras eleitorais (se é que elas existem de fato) e esquecido de que os grilhōes da justiça lhe espreitam o amanhā.

Deve ser a certeza da impunidade, talvez a mesma certeza que alicerça os passos petistas de Brasília que fazem sigilosos os atos que deveriam ser publicamente vergonhosos, criminosos e de propósitos no mínimo duvidosos - trato aqui dos aportes milionários a Cuba e Angola, destinos frequentes do chefe da quadrilha vermelha - que grande parte da imprensa teima em relegar ao esquecimento.

Deve ser a garantia de que, sob o manto de uma parte servil de um poder supostamente independente, permanecerāo imobilizados os esforços daqueles que nāo se vendem e lutam por um cenário de probidade e transparência nessa apodrecida política nacional.

Só isso poderia explicar a desfaçatez com que prosseguem os atropelos às leis e ao bom senso, a leniência com os ataques ao erário, com o abandono da saúde e o descaso com a educaçāo que, somados ao caos sanitário que consome o município, desenham uma tela impossível de colorir de maravilhas mesmo para as mais criativas mentes carnavalescas, mas em se tratando de Brasil e de seus tresloucados ritmos, é certo que veremos mais um samba do crioulo doido.

É triste perceber que o flagelo da educaçāo revela-se cada vez mais o motor que move as engrenagens de um sistema político perverso, fisiologista e sempre corrompido em sua essência; um sistema em que dezenas de partidos - uma verdadeira sopa de letrinhas - subvertem a lógica das ideologias ao se declararem, todas, situadas à esquerda, mas praticarem o centrismo governista que lhes convém, pouco importando a voz da sociedade produtiva.

Talvez por isso seja tāo simples e tāo fácil a perpetuaçāo de pseudo políticos, populistas e demagogos dirigindo massas amorfas de uma sociedade iletrada, alienada, umbilical em seus desejos e satisfazendo-se com as pequenas iscas que lhes sāo atiradas como farelo jogado aos porcos...

Afinal, o forró foi animado, o samba varou a madrugada, a cerveja e a cachaça rolaram sem trégua e as "otoridades" estavam ali, "chegando junto" com a turma e amanhā, ora amanhā, amanhā haverá mais campanha, mais cerveja e mais um cascalho aqui e ali para os "cumpanheros"... Isca fácil.

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