Quaquá ameaça expulsar prefeito de Niterói, do PT

Presidente do partido no Rio não gostou de reunião que Rodrigo Neves fez para Pezão.

Rozane Monteiro

Se o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, passar do “limite” e “declarar voto” no vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) será expulso do PT. O aviso é do presidente regional do partido, Washington Quaquá, que não gostou de saber da reunião feita na segunda-feira em Niterói pelo prefeito com o secretariado e vereadores aliados em torno de Pezão.

“Rodrigo está indo no limite, está costeando o alambrado”, disse Quaquá, referindo-se a uma expressão usada por Leonel Brizola quando ele falava de algum aliado que pensava em abandoná-lo. O prefeito de Niterói deixa cada vez mais claro que ainda apoia a aliança do PT com o PMDB de Sérgio Cabral, desfeita para o senador Lindbergh Farias concorrer ao governo.

A versão oficial da assessoria de Rodrigo na segunda-feira foi que a reunião foi um “ato organizado pelos vereadores da base do governo em agradecimento ao que Pezão e o governo do estado têm feito” por Niterói. O problema foi a quantidade de vezes que a frase “Pezão vai ser eleito” foi dita, até pelo prefeito.

Quaquá lembra acordo

“O acordo que Rodrigo fez comigo foi que não ia declarar voto no Pezão. A direção do PT espera que esse tipo de atitude não se repita. O ‘limite’ é não declarar voto em Pezão. Qualquer filiado, incluindo Rodrigo, que declarar voto em outro candidato será expulso”, disse Quaquá. Aos integrantes do governo de Niterói que pretendiam se licenciar do PT para fazer a campanha de Pezão, o prefeito de Maricá avisou: “Ou se desfiliam ou serão expulsos.”

Nesta terça-feira, depois das declarações de Quaquá, a assessoria do prefeito de Niterói soltou nova nota: “A base do governo tem dois candidatos. Na segunda-feira, o prefeito Rodrigo Neves prestigiou o evento de apoio a Pezão organizado pelos vereadores da base.” Faltou dizer a que “governo” Rodrigo estava se referindo.

Lupi ameaça Brizolas Netos

Enquanto Rodrigo recebia Pezão, Lindbergh se encontrava com netos de
Brizola (Foto: Márcio Mercante / Agência O Dia)
E por falar em ‘costear o alambrado’, o ‘namoro’ de parte do PDT com Lindbergh pode acabar na expulsão dos netos de Leonel Brizola do partido que ele fundou. Enquanto o prefeito de Niterói recebia Pezão, o senador participava de um seminário no Rio sobre Educação. Estavam lá militantes do PDT e dois netos do gaúcho: o vereador Leonel Brizola Neto (PDT) e o ex-ministro do Trabalho Brizola Neto (PDT).

Em comum, os brizolistas presentes tinham a rejeição à possibilidade de o presidente regional do partido, Carlos Lupi, fechar com Pezão e a vontade de esquecer rusgas do passado, apoiar Lindbergh e partir para a chamada “união da esquerda”. “Se ele (Lupi) fechar com Cabral e ferir de morte a nossa maior herança, que foi o legado de Brizola, tenho certeza de que nenhum pedetista, nenhum brizolista autêntico vai aceitar. Vamos abrir uma dissidência dentro do PDT”, disse o ex-ministro.

“Apoiar Cabral é ser antibrizolista, é ir contra a política de direitos humanos do Brizola. É lógico que nós, trabalhistas, vamos fechar com o campo da esquerda”, disse o vereador. Lupi foi curto e claro ontem: “Depois da decisão tomada democraticamente pelo partido, todos são obrigados a acatar”. Quem não acatar pode sofrer punição que vai “de advertência até expulsão”.

‘Brizola no coração e PT na cabeça’

Havia petistas na reunião de Lindbergh com brizolistas. Uma professora provocou: “O governo Sérgio Cabral é nosso também...” Lindbergh reagiu: “Meu não!” Teve que ouvir a professora lembrar que o PT foi aliado de Cabral. Mas matou no peito: “Do mesmo jeito que tem dois PDTs, tem dois PTs.” Faltou dizer que os partidos ‘nasceram um para o outro’ e ganhou de um pedetista a adaptação de um velho slogan: “Agora é Brizola no coração e PT, Lindbergh na cabeça.”

Fonte: O Dia





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