Maurício Pássaro - Abaixo, descobri um quadro sobre o que ocorre nas economias dos países – segundo a visão de um partido comunista uruguaio, o Frente Amplio. Muito curioso. Ele sintetiza, quanto às migrações de votos, o pensamento do movimento chamado bolivarianismo. A Venezuela, em crise social geral, com inflação-dragão e escassez de produtos, é o centro bolivariano das Américas.
Conforme o quadro, tudo começa quando a “direita”, o bandido, destrói a classe média que, empobrecida, ressentida, elege um governo popular. Então, os programas de governo fazem a classe média aumentar de número, que fica de repente besta e se bandeia para o lado dos ricos, rendendo ao fim votos para a direita. Aí, a direita papa novamente o dinheiro da classe média, que volta para o governo de esquerda, assim por diante. Curiosamente, o quadro tem a pretensão de expor uma fórmula internacional, universalista.
O resumo do desenho é este: a direita encarna naturalmente o mal, a classe média tem duas caras, e o governo popular e as camadas pobres são aureoladas com a santidade, vítimas do sistema.
Você sabia que a Secretaria para Assuntos Econômicos (SAE) instituiu novos parâmetros para o enquadramento das classes? Quem recebe de R$ 641 a R$ 1.019 consta na chamada “nova” classe média, sendo que quem está no teto é classificável de “alta” classe média. Acima de R$ 1.019, o sujeito já é classe “alta”. É isso mesmo? Confiram, corrijam se eu estiver enganado com os números. Talvez, alguns, aí, sejam ricos e não saibam.
 Se for isso mesmo, então penso que esse novo padrão está servindo para se dizer que aumentou o número de classemedianos. Mas, se compararmos o poder aquisitivo de décadas atrás, observamos que, de fato, o que ocorreu pode ser interpretado de outro modo: grande parte da antiga classe média empobreceu, a “média” está sendo nivelada por baixo. Isso explica as dezenas de milhões que (supostamente) adentraram a classe média. Nivela-se por baixo. Em vez de se promover o crescimento da economia para que os pobres subam para o andar de cima, e a pobreza tenha realmente um fim, preferem empurrar parte da classe média para o andar de baixo. E os andares mais altos ficam intocados, ao contrário, são benvindos no financiamento das campanhas e, depois, participam dos projetos do governo.
Se for isso mesmo, então penso que esse novo padrão está servindo para se dizer que aumentou o número de classemedianos. Mas, se compararmos o poder aquisitivo de décadas atrás, observamos que, de fato, o que ocorreu pode ser interpretado de outro modo: grande parte da antiga classe média empobreceu, a “média” está sendo nivelada por baixo. Isso explica as dezenas de milhões que (supostamente) adentraram a classe média. Nivela-se por baixo. Em vez de se promover o crescimento da economia para que os pobres subam para o andar de cima, e a pobreza tenha realmente um fim, preferem empurrar parte da classe média para o andar de baixo. E os andares mais altos ficam intocados, ao contrário, são benvindos no financiamento das campanhas e, depois, participam dos projetos do governo.
Chega a ser risível o item desse quadro analítico onde se diz que a classe média enriquece e começa a querer viver como rico. Aqui está a ponta de uma pesquisa que inclui, entre tantos números, dados qualitativos. Ou seria o caso clássico de projeção, quando o observador enxerga, no objeto observado, o que ele próprio mais no fundo deseja? Até onde eu sei, a principal preocupação da classe é não descer ao degrau da pobreza, garantir um plano de saúde para escapar do SUS e poder pagar as contas ao fim do mês, vendo se sobra algum para um domingo de cinema, no shopping, com a família.
De onde saem tais informações? De estudos técnicos e imparciais? Ou de cartilhas ideológicas, doutrinárias?
Os investimentos – não os gastos – são o que fomentarão a criação de empregos. Os investimentos – não as ideologias – o que poderão fazer uma economia crescer realmente. Educação foi o investimento que a Coreia do Sul fez, antes de explodir como potência econômica. O bordão insistente da formação de um país de classe média, na verdade, é a propaganda subliminar em prol de um país de classe única, partido único, imprensa única, etc.
Mas, vejam a sapequice do marketing. Outro dia, no programa eleitoral, ouvi Dilma comentando o diálogo online que teve com uma mulher de classe média. A presidente perguntou se ela almoçava, jantava e tomava o café da manhã, e por aí vai. Com fechamento em chave-de-ouro: a internauta dizendo que, mesmo sendo classe média, votará nela.
Faz-se realmente o diabo nessa campanha 2014! Cruz credo.
Conforme o quadro, tudo começa quando a “direita”, o bandido, destrói a classe média que, empobrecida, ressentida, elege um governo popular. Então, os programas de governo fazem a classe média aumentar de número, que fica de repente besta e se bandeia para o lado dos ricos, rendendo ao fim votos para a direita. Aí, a direita papa novamente o dinheiro da classe média, que volta para o governo de esquerda, assim por diante. Curiosamente, o quadro tem a pretensão de expor uma fórmula internacional, universalista.
O resumo do desenho é este: a direita encarna naturalmente o mal, a classe média tem duas caras, e o governo popular e as camadas pobres são aureoladas com a santidade, vítimas do sistema.
Você sabia que a Secretaria para Assuntos Econômicos (SAE) instituiu novos parâmetros para o enquadramento das classes? Quem recebe de R$ 641 a R$ 1.019 consta na chamada “nova” classe média, sendo que quem está no teto é classificável de “alta” classe média. Acima de R$ 1.019, o sujeito já é classe “alta”. É isso mesmo? Confiram, corrijam se eu estiver enganado com os números. Talvez, alguns, aí, sejam ricos e não saibam.
 Se for isso mesmo, então penso que esse novo padrão está servindo para se dizer que aumentou o número de classemedianos. Mas, se compararmos o poder aquisitivo de décadas atrás, observamos que, de fato, o que ocorreu pode ser interpretado de outro modo: grande parte da antiga classe média empobreceu, a “média” está sendo nivelada por baixo. Isso explica as dezenas de milhões que (supostamente) adentraram a classe média. Nivela-se por baixo. Em vez de se promover o crescimento da economia para que os pobres subam para o andar de cima, e a pobreza tenha realmente um fim, preferem empurrar parte da classe média para o andar de baixo. E os andares mais altos ficam intocados, ao contrário, são benvindos no financiamento das campanhas e, depois, participam dos projetos do governo.
Se for isso mesmo, então penso que esse novo padrão está servindo para se dizer que aumentou o número de classemedianos. Mas, se compararmos o poder aquisitivo de décadas atrás, observamos que, de fato, o que ocorreu pode ser interpretado de outro modo: grande parte da antiga classe média empobreceu, a “média” está sendo nivelada por baixo. Isso explica as dezenas de milhões que (supostamente) adentraram a classe média. Nivela-se por baixo. Em vez de se promover o crescimento da economia para que os pobres subam para o andar de cima, e a pobreza tenha realmente um fim, preferem empurrar parte da classe média para o andar de baixo. E os andares mais altos ficam intocados, ao contrário, são benvindos no financiamento das campanhas e, depois, participam dos projetos do governo.Chega a ser risível o item desse quadro analítico onde se diz que a classe média enriquece e começa a querer viver como rico. Aqui está a ponta de uma pesquisa que inclui, entre tantos números, dados qualitativos. Ou seria o caso clássico de projeção, quando o observador enxerga, no objeto observado, o que ele próprio mais no fundo deseja? Até onde eu sei, a principal preocupação da classe é não descer ao degrau da pobreza, garantir um plano de saúde para escapar do SUS e poder pagar as contas ao fim do mês, vendo se sobra algum para um domingo de cinema, no shopping, com a família.
De onde saem tais informações? De estudos técnicos e imparciais? Ou de cartilhas ideológicas, doutrinárias?
Os investimentos – não os gastos – são o que fomentarão a criação de empregos. Os investimentos – não as ideologias – o que poderão fazer uma economia crescer realmente. Educação foi o investimento que a Coreia do Sul fez, antes de explodir como potência econômica. O bordão insistente da formação de um país de classe média, na verdade, é a propaganda subliminar em prol de um país de classe única, partido único, imprensa única, etc.
Mas, vejam a sapequice do marketing. Outro dia, no programa eleitoral, ouvi Dilma comentando o diálogo online que teve com uma mulher de classe média. A presidente perguntou se ela almoçava, jantava e tomava o café da manhã, e por aí vai. Com fechamento em chave-de-ouro: a internauta dizendo que, mesmo sendo classe média, votará nela.
Faz-se realmente o diabo nessa campanha 2014! Cruz credo.

Esclarecedor , porém gostaria de saber qual a opnião da direita.
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