Aldeia do Espírito Santo foi a grande vencedora dos jogos indígenas realizados em Maricá

Maricá: Jornada Indígena teve quatro dias de esporte, cultura, interação e aprendizado“Estamos aqui pagando uma dívida histórica com os índios”, afirmou o prefeito Fabiano Horta ao visitar a 2ª Jornada Esportiva e Cultural Indígena (Jeci) de Maricá, evento que reuniu tribos do município e de fora em quatro dias de atividades e competições na aldeia Tekoa Ka’ Aguy Ovy Porã (Mata Verde Bonita), em São José do Imbassaí. O certame reuniu 43 atletas de 15 tribos de diferentes partes do país, disputando nove modalidades esportivas. Houve ainda shows musicais e folclóricos, sessões de cinema, exposição de fotos, debates e também barracas de artesanato, comidas típicas e lanches.

A maior vencedora deste ano foi a aldeia guarani Boa Esperança, do Espírito Santo, que foi primeira colocada em seis modalidades, cinco das quais conquistadas por um único atleta. Leandro Karaimiri, de 26 anos, venceu no arco e flecha, na corrida rústica, na natação, no salto em distância e no arremesso de lança.

Mesmo com a mudança no tempo no sábado (22/04), a animação dos atletas e do público não diminuiu. As primeiras competições foram de luta corporal e tiro com arco, utilizado na segunda modalidade, que foi aberta pela atleta olímpica maricaense Anne Marcele Santos (9° lugar na Rio 2016) e pelo cacique Félix, da aldeia Sítio do Céu, em Itaipuaçu. À tarde, foi a vez de outras três modalidades. No cabo de guerra, as equipes anfitriãs venceram as três categorias (masculino, feminino e infantil) e foram vice-campeãs nas categorias individual e de duplas da corrida de toras, onde os atletas carregaram troncos de madeira pesando 80 quilos. Nesta modalidade, as tribos vencedoras foram a pataxó (no individual) e a Bracui (nas duplas). Na corrida de MBaraka, venceram as tribos Marangatu (masculino) e Boa Esperança (feminino). O último dia de competições teve muita chuva, mas as disputas continuaram acirradas e consagraram Leandro Karaimiri, da aldeia Boa Esperança, que venceu na corrida rústica, na natação, no salto em distância e no arremesso de lança.

Em clima de emoção e despedida marcou a cerimônia de premiação na noite de domingo. Ao final, o cacique Darci Tupã agradeceu ao empenho da prefeitura na realização do evento. “Sou um índio privilegiado neste país tão desigual por ter este espaço. Isso renova a esperança de nossos irmãos, que saem daqui felizes”, avaliou ele.

Entre os shows que incluíram artistas locais e de tribos participantes, o destaque foi a apresentação do cantor e compositor Guilherme Arantes, que levou um repertório de mais de 40 anos de carreira. No palco, ele tocou sucessos como “Planeta Água”, “Meu Mundo e Nada Mais”, “Êxtase”, “Deixa Chover”, “Cheia de Charme”, “Lance Legal” e “Lindo Balão Azul”, entre muitos outros. A abertura foi com “Amanhã”, um hino à esperança que complementou sua mensagem. “Que haja lugar no Brasil para todas as etnias, principalmente para a etnia que é originária do Brasil”, declarou o artista.

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